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Comportamento

Avó cria página para neto no Facebook, como declaração de amor para posteridade

Ângela Kempfer | 26/03/2014 06:43
Miguel no parquinho, sob os "holofotes" da avó.
Miguel no parquinho, sob os "holofotes" da avó.

A avó nem aparece na página criada por ela para mimar Miguel, o único neto. Beth passa os dias registrando o que o menino faz no “Pérolas Distintas do Miguel”. Colocou o termômetro, posou com o Papai Noel, foi ao Carnaval, passeou no shopping...tudo rende foto da pequena “celebridade” da família.

Em tempos de exposição tão criticada, para não colocar o menino em risco nenhum comentário faz referência aos endereços ou horários da família. Quando algo expõe demais, a mãe adverte e a avó puxa o freio.

Ela não quer aparecer, mas precisa deixar uma declaração de amor para a posteridade, argumenta. “Quero que lá na frente o Miguel perceba o quanto eu sou louca por ele, apaixonada mesmo”, justifica ao confessar com um riso: "A gente ama mais neto do que filho, é verdade. Com os filhos, não temos muito tempo para observar, é muita coisa para fazer. Com os netos, a gente observa mais", explica.

Mas Beth diz que fez o mesmo com o casal de filhos, quando os dois eram pequenos. “Mas como na época não tinha internet, anotava as pérolas deles no álbum de fotos”, lembra.

Com Miguel, ela passou a registrar a rotina primeiro no perfil pessoal do Facebook. “Os amigos sugeriram então para eu fazer um livro, mas decidi criar a página primeiro”, conta.

O garoto mora com a mãe na casa dos avós. Por isso, Beth acompanha bem de perto o crescimento do neto, o que torna fácil a seleção de “pérolas”. As conversas são registradas como diálogo mesmo, na linguagem do menino de 3 anos.

“Miguel diz: Mãe tô cum febe. A mamãe coloca o termômetro em sua axila. Passa um tempo e ele começa a assoprar. Mamãe pergunta: pq vc está assoprando o termômetro Miguel? Ele diz: Puque tô cum febe".

A resposta dos seguidores vem em forma de dicas. “Pessoas de todas as faixas etárias manda comentários. Uns falam de remédios, outros dizem que conhecem crianças que falam as mesmas coisas”, detalha a avó.

Na página, ela publica muitas alegrias, mas também desilusões cotidianas, como no dia do aniversário de Miguel: “Não pude antecipar uma festa e nem fazer algo que marcasse seu dia como o primeiro e segundo aniversário que foram em salão de festas e muitos convidados... Depois do banho ele pediu o bolo...nisso me perguntou: 'E meus amigos?' Me deu um aperto no coração e logo veio uma ideia para que não sentisse minha tristeza e desconforto pela sua pergunta...peguei seus bichos de pelúcia e fui colocando um a um na mesa e Miguelzinho ficou feliz dizendo um a um....: Obrigado urso, obrigado macaco, obrigado tigre..."

Daqui a 10 anos, Beth promete publicar um livro, para na adolescência Miguel ter como lembrar da infância, dos tempos que adorava dinossauros e era o motivo da felicidade da avó.

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