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Comportamento

Bombeiro não casou por causa de cães e até pediu licença para cuidar de "Lindo"

Thailla Torres | 24/04/2016 07:20
Hoje, Marivaldo vive com a saudade e os seis filhos do cão que partiu. (Foto: Thailla Torres)
Hoje, Marivaldo vive com a saudade e os seis filhos do cão que partiu. (Foto: Thailla Torres)

A relação de Marivaldo Abdias da Silva, de 42 anos, com o cachorro chamado Lindo durou 22 anos e comoveu a quem conhecia o animal de estimação que era tratado como filho. Diante do amor e dedicação ao animal, Marivaldo chegou a tirar licença do trabalho durante seis meses para cuidar e estar ao lado de seu amigo fiel, até os últimos dias de vida. 

Ele é tenente do Corpo de Bombeiros e a história de companheirismo começou em 1994, quando Marivaldo decidiu adotar Lindo. "Eu ganhei ele de um professor que estava com cadelinha prenha. Ele estava doando os cachorros e eu decidi adotar o lindo", diz.

Desde então, o vira-lata virou grande amigo, tanto que a forte ligação com o cão nem sempre foi bem vista pela família. "Meus familiares julgavam um exagero eu tratar tão bem o Lindo. Mas eu nunca ouvi ninguém e fiz a minha escolha, que foi cuidar dele".  

"Ele sempre foi muito apegado a mim. Antes de eu chegar no portão, Lindo já dava sinais que sabia da minha chegada". Sempre fazendo companhia e chamando atenção pela sintonia com seu dono, lindo viveu por 22 anos. "Eu tenho certeza que a relação de carinho e cuidado foi o que permitiu Lindo viver todos esses anos". 

Marivaldo com 24 anos na companhia do cão amigo. (Foto: Arquivo Pessoal)
Marivaldo com 24 anos na companhia do cão amigo. (Foto: Arquivo Pessoal)

Mas este mês Lindo faleceu. "Eu senti na noite anterior que ele já estava prestes a partir. Eu dei banho, cuidei dele e pedi para que nada acontecesse. Mas eu já estava preparado", conta Marivaldo sobre o dia 19 de abril.

Há cerca de um mês, Lindo não tinha mais forças para andar sozinho. Além dos problemas de visão e audição, ele também tinha dificuldades para se alimentar. "Eu tirei licença para cuidar dele e não deixar ele sozinho. Eu que dava banho, pegava no colo e levava no quintal para fazer as necessidades. Alimentava e dava carinho. A veterinária sugeriu a eutanásia, mas eu não aceitei. Cuidei até onde foi possível".

Hoje Lindo não está mais presente, mas antes de partir deixou de herança de Marivaldo, seis filhotes. "Essa foi a minha herança, o amor que eu sinto por esses animais e os filhotes deles" explica.

Lindo há um mês já com pelos brancos e sem enxergar. (Foto: Arquivo Pessoal)
Lindo há um mês já com pelos brancos e sem enxergar. (Foto: Arquivo Pessoal)

A dedicação e o amor que Marivaldo sente pelos animais é tão forte, que já chegou a ter 14 cachorros em casa. Atualmente cria 6.

Todos são vacinados e devidamente acompanhados pelo veterinário, ele garante. Marivaldo reservou o quintal e uma edícula nos fundos de casa para servir como morada dos cães. "Eles não gostam de ficar dentro da casinha de madeira, por isso separei a edícula com colchão que é onde eles preferem dormir", explica.

Em breve, ele voltará para o trabalho, mas dentro de casa ficou a saudade e as lembranças de Lindo, que por tantos anos foi a principal companhia de Marivaldo. "Eu já tive muitas oportunidades por exemplo de estar casado, mas eu só caso com alguém que aceite os meu cachorros. Se eu pudesse, teria uma fazenda para adotar mais", finaliza.

Marivaldo e um dos cachorros filhos de Lindo. (Foto: Thailla Torres)
Marivaldo e um dos cachorros filhos de Lindo. (Foto: Thailla Torres)
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