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Comportamento

Cansado do “vou estar transferindo”, cliente leva caso às últimas consequências

Paula Maciulevicius | 04/09/2013 06:16
Refém de uma ligação de 43 minutos, Paulo de Tarso vai entrar na Justiça pela falha na internet e pelos R$ 100 de bônus prometidos pela operadora. Agora ele quer azucrinar. (Foto: Cleber Gellio)
Refém de uma ligação de 43 minutos, Paulo de Tarso vai entrar na Justiça pela falha na internet e pelos R$ 100 de bônus prometidos pela operadora. Agora ele quer azucrinar. (Foto: Cleber Gellio)

Quem nunca xingou a operadora de telefone celular que atire o primeiro protocolo. Isso, pra quem anota. Às vezes a conversa demora tanto que o cliente é vencido pelo cansaço. É do “vou estar transferindo o senhor” até repetir a história, os documentos e a mesma reclamação. Haja paciência para a central de atendimento das telefonias. Principalmente nos últimos dias, quando está mais fácil o sinal de fumaça do que o da própria operadora.

O problema não é exclusividade da Claro, Tim, Oi, Vivo e o que mais aparecer. Do outro lado da linha, além dos gerúndios, que piadas à parte, ainda existem, estão a repetição de documentos. Como se alguém tivesse a paciência de ligar na operadora para se passar por outra pessoa. Nem quem tem em mente a pior vingança, apelaria para um pedido de redução do plano de internet, por exemplo.

Foi justamente num dos episódios de falha no pacote de internet que o químico industrial, Paulo de Tarso Pinheiro Resende, de 57 anos, resolveu apelar. Claro que ele já previa o tempo que iria gastar na ligação e aproveitou uma parada obrigatória durante uma viagem para, no meio tempo, tentar resolver o problema com a Tim.

Resultado: ficou refém da ligação. Ele, como qualquer cliente, não pode desligar até finalizar o processo e ter o número do protocolo. “Eu estava reclamando de um problema, a internet que não funciona. Aí eles pedem 1 minuto. Você fica 3, 4, 5 minutos e eles falam realmente tem uma dificuldade na sua área, mas vai ser resolvida até amanhã. Ok. Posso deligar? Não, tem que esperar o número de protocolo. E a cada ligação vão 30, 40 minutos, nesta foram 43. Pensa você com o celular na orelha 43 minutos?”

O relato da ligação que hoje está nas mãos do cliente é feito calmamente. O oposto do rumo que a chamada foi tomando. “O que me irritou foi a estupidez do tratamento. É uma imbecilidade em cima da outra. Eles falam que vão resolver e não resolvem. Aí eu lembrei que no início eles falam que a conversa será gravada e você pode pegar a cópia. Eu falei, agora quero a gravação e para conseguir foram mais 10 minutos”.

Paulo não só não teve o problema resolvido, em relação à internet, como também não recebeu os dois bônus no valor de R$ 50 oferecidos pela operadora na tentativa de ‘amenizar’ os problemas que ela mesma não conseguiu resolver.

“Veio a nota fiscal duas vezes, mas não veio o crédito. Eu reclamei isso também. Mas a gente falar e não falar é a mesma coisa. E é um absurdo quando eles dizem que você não pode desligar. Mas eles já sabem meu nome, meu CPF e a gente é obrigado a falar tudo. Eu dizia deixa eu viver a minha vida, não precisa, não quero protocolo”. No entanto, do outro lado da linha a resposta era que se ele desligasse, nada ia acontecer porque o sistema não permite finalizar a reclamação sem que o cliente ouça a conversa até o final.

Irritação a mais que chega até a bater o arrependimento em quem não tem a determinação que Paulo teve. “Eu vou pedir na Justiça que eles paguem o que me devem. São R$ 100, não é nada, eu vou gastar muito mais com advogado, mas agora eu quero azucrinar eles”.

Com a cópia da gravação em mãos, Paulo de Tarso vai acionar a Justiça. Ele só queria reclamar do pacote de internet. Nada resolveu até agora e ele continua na operadora, já que todas apresentam, no fim das contas, os mesmos problemas.

Se a saga para conseguir os R$ 100 de bônus dados pela operadora vai parar nos tribunais. Pobre do cliente que tenta cancelar a linha pela central. Os “vou estar transferindo o senhor” podem demorar bem mais que os 43 minutos da ligação de Paulo. O protocolo acaba sendo até um “parabéns”, dos clientes que conseguiram chegar até aqui.

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