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Comportamento

Ciganos fazem festa para santa protetora das mulheres que querem engravidar

Ângela Kempfer | 23/05/2015 07:23
Será a primeira festa aqui em Campo Grande, mas em São Paulo (foto) já é tradição.
Será a primeira festa aqui em Campo Grande, mas em São Paulo (foto) já é tradição.

Pela primeira vez, a Romani Federação Sul-Mato-Grossense da Cultura e Etnia Cigana comemora com uma grande festa o Dia de Santa Sarah Kali, a santa negra, padroeira do povo cigano. Na sede da entidade, no bairro Monte Líbano, o encontro terá o colorido tradicional da comunidade que acredita na santa como protetora da vida e, inclusive, como força extra para mulheres com dificuldade de engravidar.

A noite de domingo (24), data da padroeira, terá danças, comidas típicas e vários rituais de agradecimento e pedidos.
O salão deve se encher de lenços, peça que simboliza a fé.

Os devotos acreditam que Sarah, como seguidora de Jesus Cristo, foi abandonada à deriva após a crucificação do filho de Deus. Ela então prometeu que, caso sobrevivesse, nunca mais tiraria o lenço da cabeça. Quando chegou em terra firme, alcançando a graça, recebeu socorro de uma comunidade cigana, por isso virou padroeira.

Os lenços têm diferentes cores e significados. As mulheres que querem engravidar, por exemplo, levam um na cor rosa, fazem o pedido pela gestação e depois oferecem à santa, que tem a imagem em lugar de destaque na mesa principal.

Festa será no Centro Cultural Gytana.
Festa será no Centro Cultural Gytana.

Cada família também leva frutas, como tradição do Dia de Santa Sarah Kali. Um dia antes é produzido um pão, também com significado para os ciganso. “Enquanto ele é amassado, a gente vai fazendo pedidos e agradecendo as graças do ano que passou. Depois, distribuímos na festa, molhado no vinho”, explica o organizador do evento, Pedro Nicolich.

Na própria família, ele diz que encontrou motivos para fortalecer a fé na santa, com a chegada do primeiro filho. “Estava ansiosa, pedi a graça à santa e engravidei”, diz a esposa de Pedro, Natália, mãe há 8 anos de Nicolas, nome em homenagem a outro santo, São Nicolau.

A comemoração terá ainda dança em volta da fogueira, quando as pessoas fazem pedidos no papel que depois são queimados e as cinzas jogadas ao vento.

O menu da festa tem o manjar da santa – com uvas passas, o Sarmá – charuto de repolho recheado com espécie de arroz carreteiro, chá com frutas e outras comidas comuns, como churrasquinho.

A festa tem entrada gratuita e começa às 18h, na rua Aníbal de Toledo, 641, Monte Líbano

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