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Comportamento

Com plaquinhas nas mãos, estudante dá puxão de orelhas no Dia da Mulher

Anny Malagolini | 08/03/2013 17:13
Universitária Ana Vitoria, de 18 anos, foi hoje ao shopping (Foto: Vanderlei Aparecido)
Universitária Ana Vitoria, de 18 anos, foi hoje ao shopping (Foto: Vanderlei Aparecido)

Com plaquinhas improvisadas na mão, a universitária de Serviço Social, Ana Vitoria, de 18 anos, resolveu questionar porque é momento de comemorar o Dia Internacional da Mulher.

Hoje, diante de centenas de atualizações no Facebook sobre a data, Ana se incomodou. Feminista assumida, resolveu erguer as plaquinhas e dizer o que realmente acha importante para a mulher o ano todo, nem rosas nem bombons. “O feminismo não é queimar o sutiã e ir pelada para as ruas protestar”, justifica.

Ao meio-dia, a estudante foi para o Comper e depois para o Shopping Campo Grande, com suas 13 placas de papel A4 e as respostas dela ao real significado do 8 de Março.

Até às 16 horas, cerca de 40 pessoas haviam parado para ouvir o que a garota tem a dizer.

Ela conta que algumas mulheres se emocionaram, outras poucas até choraram, por falta de conhecimento sobre o assunto. O maior susto, diz é descobrir que a violência contra a mulher pode começar dentro de casa.

A experiência reforçou uma certeza: “a sociedade é mais machista do que eu imaginava”, comenta. A constatação ocorre porque nenhum homem acima de 21 anos resolveu conversar com a estudante, somente adolescentes, por conta da curiosidade, e as próprias mulheres.

“O respeito de sexo deve existir todos os dias, a luta contra a violência deve ser diária e por isso vejo importância nisso que estou fazendo”, justifica.

Até ações cotidianas, interpretadas como normais pela maioria, renderam "broncas" da universitária. Mexer com a mulherada na rua, ficar com alguma menina enquanto ela está bêbada, são ações consideradas abusos, o que e surpreendeu os estudantes Leandro Martins, 16 anos, Rafael Queiroz, 17 anos.

Para Rafael, aquele assovio na rua é só uma forma de chegar até às meninas “ Acreditava que mexer com uma menina na rua era legal, que elas sentissem bonitas com isso”, diz pasmo diante do puxão de orelha de Ana sobre o assédio.

Uma das placas exibia a estatística de violência contra a mulher, apontando que 89% dos abusos cometidos por pessoas que fez ou ainda faz parte do convívio, como primos, tios, amigos e ex-namorados.

Assustados com tantos dados e explicações, Leandro nem sabia explicar o que era o abuso sexual, e promete que “vou pensar antes de fazer qualquer coisa com alguma menina”.

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