Descobertas de Facebook: promotor sisudo é fotógrafo
O Facebook tem muitas funções, inclusive, provar que ninguém é uma coisa só. É surpreendente entrar, por exemplo, no perfil de um promotor de Justiça sisudo e encontrar um fotógrafo aplicado.
O promotor, no caso, é Douglas Oldegardo, conhecido pela atuação na área criminal e normalmente visto apontando o dedo para algum acusado, dentro do Tribunal do Júri, em Campo Grande.
Durante a entrevista sobre a paixão pela fotografia, também encontrei um homem diferente, mais calmo. Capaz de fotografar 40 vezes o mesmo grupo de passarinhos, até atingir o enquadramento perfeito e o conceito estabelecido ali, quando o olho descobre a cena.
Mas como não dá para ser tão diferente, o fotojornalismo, o cotidiano, são o que mais fascina o promotor/fotógrafo. “É incrível o profissional que conseguem contar história apenas com uma foto. Sebastião Salgado, por exemplo, consegue desenhar um Pais com 30 fotos”
Também lida com o hobby com a mesma paciência dedicada ao Direito. “Estou levando a sério os estudos há 3 anos. Assino revistas e compro todas as publicações interessantes sobre imagem que eu encontro. É impressionante como tem tanto material”, comenta.
As semelhanças são muitas entra a profissão e o prazer do clique, garante. “Começa pela questão da sensibilidade que o Direito também exige e fatores fundamentais, como o foco. Assim como na fotografia, preciso ter isso na profissão”, filosofa.
Já fez dois cursos rápidos de fotografia em Campo Grande, comprou equipamento completo e hoje é assinante de 5 revistas especializadas no assunto.
“Tenho mais prazer com a fotografia na medida em que tenho familiaridade com o assunto”, justifica.
A conversa segue como qualquer bate-papo entre pessoas que mal se conhecem. Descubro que o promotor já foi músico, que aos 6 anos já se atrevia na sanfona ao som de Asa Branca.
Concluiu o Direito, entrou em uma rotina tensa, mas apesar de tantos crimes bárbaros, deixa outra boa impressão e motivo para fotografar a vida. “Tem muito mais ser humano bonito do que feio neste mundo”.
