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Comportamento

Do alto do 8° andar, o pé de manga que dá frutos, alegrias e prejuízo à dona

Paula Maciulevicius | 17/07/2013 08:03
Meu pé de manga plantado dentro de um vaso. A psicóloga Olga até que daria um livro com a história da mangueira na varanda do apartamento. (Fotos: Marcos Ermínio)
Meu pé de manga plantado dentro de um vaso. A psicóloga Olga até que daria um livro com a história da mangueira na varanda do apartamento. (Fotos: Marcos Ermínio)

Um pé de manga, 10 frutas e alguns brotinhos contrastam o verde com o azul do céu. Elas ainda não estão maduras e nem grandes o suficientes para caírem do pé. Até aí, uma mangueira tradicional, se não fosse o simples fato de que ela é plantada num vaso e está no oitavo andar de um apartamento na rua Arthur Jorge, região central de Campo Grande.

As mangas da psicóloga Olga Lara Cardoso, 63 anos, já foram notícia na Capital, mas não como estão hoje, carregadas.

O Lado B que adora mostrar uma novidade até pensou ter entendido errado quando a senhora que cultiva a fruta na varanda de um edifício entrou em contato sugerindo a reportagem. Afinal, quem é que consegue plantar e ter frutos de uma mangueira num vaso do alto do oitavo andar? Essa é mais uma para a série coisas que só Campo Grande tem.

“Tem cinco anos que vem dando frutos, ano passado deu uma só, hoje o pé está com mais de 10”, contabiliza Olga. Para colher a manga, o sacrifício exige bem mais dos moradores da casa. Afinal, ali não dá para subir na árvore e pegar.

Dona do pé diz que manga já chegou a ficar grande e deu prejuízo ao quebrar as telhas do edifício.
Dona do pé diz que manga já chegou a ficar grande e deu prejuízo ao quebrar as telhas do edifício.

A psicóloga conta que sempre foi de plantar e nós confirmamos. Na varanda tem de limão à pitanga e romã, além de flores e claro, o pé de manga. “Plantei porque achei que seria legal, na época nem achava que fosse dar manga num vaso e de um pé que está no alto, mas deu, eu pego e é muito boa”, faz propaganda. A mangueira no alto já completou 15 anos de existência.

Agora que o medo é de quem passa embaixo, bem lá embaixo do pé. Não dá nem para imaginar a velocidade que elas pegam até caírem no chão. Aí é que se chega ao prejuízo de Olga. Quando maduras, as mangas que caem do pé quebram as telhas do edifício. Por sorte foram até hoje só quatro que a psicóloga teve de arcar. Até hoje nenhuma pessoa ou carro foram atingidos e caso fossem, seria até difícil de acreditar.

Da série coisas que só tem em Campo Grande: a imagem do pé de manga na sacada do prédio.
Da série coisas que só tem em Campo Grande: a imagem do pé de manga na sacada do prédio.

“Ninguém acredita quando eu digo, fala que não é verdade que o pé de manga está no vaso”, conta aos risos.

Quando chegam no ponto, Olga distribui entre a família e os colegas. Prova de que a mangueira existe e que dá bons frutos. “É meu xodó, porque não se ouve falar de um pé de manga dentro de um apartamento no oitavo andar e dando fruta”, explica.

Olga e a paixão por frutas já viveram dilemas e o da varanda, acredite, é o menor deles. Antes de se mudar para o edifício, ela tinha um pé de abacate em casa. Como o imóvel era pequeno, depois de crescido, o pé teve de ser retirado para não danificar o telhado. Era o abacate ou a casa.

Dessa vez o problema é menor, só apenas mais alto. Bem mais alto.

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