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Comportamento

Dois casamentos, duas traições..."Superar aquilo não fazia parte de meus planos"

Lado B | 11/05/2015 06:56
Dois casamentos, duas traições..."Superar aquilo não fazia parte de meus planos"

Há duas semanas, o Lado B começou a falar daquelas situações que são como um caminhão que atropela a gente e some sem prestar socorro. A pessoa fica ali, no chão... Sem a pretensão de salvar ninguém, o canal convidou alguns jornalistas de Campo Grande a falarem desses momentos tensos e de como eles reagiram. É a "Voz da Experiência" dando uma carona rumo ao Pronto Socorro.

No segundo relato da série, a tal "Jamanta" que apareceu pela frente se chama traição. Como a história envolve outras pessoas diretamente, a personagem da vez pediu para não ser identificada.

Apesar do sofrimento, estava mais preocupada com a continuidade da minha vida

"Dizem que um raio não cai duas vezes no mesmo lugar. Bom, caiu e causou um grande estrago. Vou contar um pouco da minha história e vocês vão entender do que estou falando. Sou jornalista, tenho 52 anos, dois empregos e um filho. Fui casada, com toda pompa e circunstância, por 7 anos e separada pela segunda vez, depois de uma casamento de 15 anos. Em comum? A traição.

Sempre admirei casais que superam uma traição e tinha uma certeza que aquilo não fazia parte dos meus planos.

Veja bem, não falo de traição simplesmente. Para mim é algo maior, que envolve cumplicidade, respeito e companheirismo. Por isso, sempre falo que me separei por uma grande deslealdade e, isso sim, dói na alma.

Namorei o pai do meu filho por 4 anos e meio. Noivamos, numa época que já não era tão comum. Casamos e, após dois anos, tivemos um filho. Eramos muito diferentes e acreditava naquela máxima: "os opostos se atraem".

Com o tempo, fui percebendo que nossas afinidades não superavam as diferenças e fomos nos afastando. Após uma viagem, descobri a traição e foi a gota d'água.

Sinceramente? Apesar do sofrimento, estava mais preocupada com a continuidade da minha vida, uma vez que morava no interior de São Paulo, na cidade dele, e nunca havia exercido minha profissão com seriedade.

Fazia freelas e assessoria em uma escola, mas nada que me dessa tranquilidade em enfrentar o mercado de trabalho. Além disso, precisava decidir para onde iria, com um filho de 5 anos e 34 anos sem grandes experiências na minha área.

Decidi voltar a Campo Grande, onde moravam meus pais e começar tudo de novo. A vidinha entrou nos eixos e uma segunda relação aconteceu. Sem grandes planos, naquela de cada dia uma peça de roupa dele estava em casa e de repente estávamos morando juntos.

Achei que havia acertado, aff....sempre achamos isso. Mas, era meu companheiro. Adorávamos sair, dançar, ir ao cinema, encontrar amigos. Meu filho tinha 9 anos e eles se deram bem. E por aí foram 15 anos.

Passamos por aquela fase de repensar a relação, que precisávamos nos ajustar e se valia a pena continuar. Chegamos a conclusão que sim, no mesmo tempo em que descobri que ele tinha outra relação há mais de ano.

A casa realmente caiu. A dor é insustentável. Foi um final de ano terrível, com muitas opiniões, sugestões, revoltas dos mais chegados, família e eu no meio daquele turbilhão. Sempre fui o que as pessoas consideram de uma pessoa "forte e de opinião" e me sentia distante disso tudo.

No início aquele pensamento que martelava 24 horas: por que eu? Por que de novo comigo?

Hoje já se passaram 6 meses e posso dizer, como aprendizado disso tudo. Família é essencial ao seu lado, assim como os amigos que tem a paciência de te escutar todos os dias...a mesma ladainha....com carinho.

Lembro até de uma delas que me repetia "vou te dar um ano para você ficar assim". Na época pensava, lembrando da primeira separação, em 3 meses tô fora dessa.

Um grande engano. A dor não passou tão rápido o que me fez procurar também a ajuda de uma profissional pela terapia. Família + amigos + terapia e hoje consigo seguir minha vida, com mais tranquilidade, ainda com uns "escapes" mas em paz comigo mesma. A mais sincera verdade? Surpreendentemente inteira, superada e feliz.

O que levo como experiência? Não tente entender/compreender a cabeça do outro, Por que? Quando e onde começou? Porque ele não terminou simplesmente? Por que não foi honesto? São respostas que não se tem, que mesmo que viessem não sei se seriam verdadeiras e, portanto, a vida tem que seguir. O importante é saber que eu vivi uma relação por inteira, fui leal e companheira. Sei de mim. Acredito em relações honestas, em fidelidade...Utopia? Sei lá. Sou assim e estou de coração aberto. Pra mim isso basta."

Se você tem alguma história do tipo "levanta, sacode a poeira e dá a volta por cima" para compartilhar, o Lado B aceita todas as contribuições.

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