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Comportamento

Entre notícia ruim e mil tarefas, a vida da mãe de dois num domingo de sol

Carol Alencar | 06/02/2015 06:56
Carol e os meninos.
Carol e os meninos.

Chegamos de viagem pós Natal. Fomos levar as crianças para curtirem a vovó e a bisa paterna. Sim, como eles ainda são pequeninos, fazemos questão de construir as memórias deles com uma infância regada a primos, tias, avós, bisavós e até tataravós.

Pois bem. Mal desembarcamos em casa, vem a notícia do acidente de carro da minha prima-irmã, que estaria indo à praia com o namorado. Como mãe e prima “criada junto”, fiquei naquela tensão. Por mais que ela e ele tenham sobrevividos, fiquei com aquele aperto no peito, com vontade de que isso não tivesse acontecido, pensando na cabeça dela, como estaria, nas dores, enfim. Queria, ao menos, pegá-la no colo e mimá-la.

Tudo bem, não podia esticar mais este assunto. Guardei para as minhas orações e pensamentos. Tinha que amparar meus filhos. Vamos dormir crianças... e fiz o ritual do sono deles.

Com Miguel, de três anos, damos o tetê (mamadeira) e depois contamos uma história. Já com o de 8 meses, ainda ninamos. Como toda mãe, temos aquele amor imensurável, mas que também se desgasta quando ele está relutando para dormir e testa sua paciência. Acreditem, temos de ser pacientes, eles merecem. Pronto, dormiram.

Entre preparar um tetê e outro, lembrei de colocar as roupas que estavam molhadas da viagem na máquina de lavar. Lá deixei e fui dormir.

Acordei e, antes mesmo de levantar da cama, minha tia já ligou para dar notícias da minha prima. Levanto e enquanto fico com o pensamento na prima, vou lá estender a roupa que coloquei ontem à noite. Vi que seria um domingo ensolarado daqueles, coloquei mais umas roupinhas.

Quando saio da área de serviço já ouço um chorinho, corri para o banheiro para, ao menos, escovar os dentes. Enquanto isso, meu celular apita e é minha mãe, mandando mensagem perguntando se pode levar o mais velho até o supermercado com ela. Detalhe: ela estava esperando o mercado abrir, ou seja, isso tudo antes das 7 da manhã.

Certo. Crianças acordadas, o marido que já pegou o neném no berço e preparou o tetê matinal, fica enrolando na cama com o caçulinha e o interfone toca. Lá sai o filho um, correndo de pijamas e gritando vovóóóó até o portão. Eu saio correndo atrás e o faço voltar para escovar os dentes, por roupa e chinelo. Ufa.

Quando volto do portão, o "filho dois" fez cocô e o marido ainda estava um pouco sonolento. Peguei a banheira, coloquei dentro do box e já pensei em dar um banho para ele relaxar. Abre aspas, tudo isso sem ao menos tomar um copo de água, fecha aspas.

Filho limpo, engatinhando e brincando na sala. Fui, pedi educadamente ao marido para preparar um tereré bem gelado e refrescante. Volto para a cozinha. Coloco o frango na panela de pressão, pensando no almoço de domingo e começo a fazer a lista do supermercado para o marido comprar. E sem tomar água.

Nisso, peguei o material de limpeza para dar uma geral no banheiro e o marido partiu para o supermercado, mas deixou o tereré. Ufa! Refresquei um tico.

O caçulinha já estava coçando os olhinhos para o soninho da manhã, deitei ele de bruços no meu colo e comecei a acarinhá-lo. Enquanto sussurro um mantra, uma amiga manda whatsapp pedindo conselhos. Queria uma orientação, pois havia brigado com o namorado. Não sei se sou boa nisso, mas dei os melhores conselhos enquanto ninava Ravi, o meu menor. Pronto, dormiu.

Fui correndo terminar a “geral” no banheiro, parti pra varrer o jardim – claro, para as crianças poderem brincar – voltei, estendi o restante das roupas e fiz uma papinha rápida e suco de laranja. Detalhe dois: uso espremedor e liquidificador, ou seja, louça amontoada. Pronto, deixei a louça lavada.

O marido voltou do supermercado. Como de praxe, iniciamos juntos o almoço de domingo. Fiz um fricassê de frango com batata palha, arroz branco e salada verde. Minha mãe deixou Miguel para o almoço, pois ela iria almoçar com as amigas e quando meu filho viu um dos pratos prediletos dele, abriu um sorrisão, que paga qualquer cansaço físico dessa correria.

Almoçamos, depois colocamos um vídeo para todos na sala e lá ficamos administrando as crianças no chão e curtindo o domingão. Adoro domingos. Tem meu marido comigo e com as crianças o dia todo e tem aquela paz de descanso. Mesmo não descansando 100% o dia deixa a gente mais feliz. Terminamos aquele domingo com os pequeninos no parquinho do Parque das Nações Indígenas. Com o fim de tarde e por do sol. Voltamos para a casa prontos para iniciar outra semana cheia de novidades.

*Carol Alencar é jornalista, dona de casa, amiga e mãe de dois.

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