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Comportamento

Mesa comunitária ensina convidado a escolher um lugar e não um lado no casamento

Paula Maciulevicius | 11/09/2015 06:46
Mesa comunitária fica linda ao vivo e muito mais na foto, depois que passa o casamento. (Foto: Lusival Junior)
Mesa comunitária fica linda ao vivo e muito mais na foto, depois que passa o casamento. (Foto: Lusival Junior)

A mesa comunitária faz uma diferença num casamento que vai além da beleza das fotos. Costume visto mais em cerimônias pela Europa e Estados Unidos, agora que chegou ao Brasil aquela longa fileira de mesas e cadeiras em linha reta, onde um senta ao lado do outro. A estrutura exige logística por parte da decoração e do buffet, já para os convidados, fica a responsabilidade de socializar e quem sabe fazer novos amigos.

Decoradora há 2 anos em Campo Grande, Mariana França tem em seu portfólio diversas festas realizadas em Porto Alegre e região. O início da gaúcha que cresceu na Capital foi ao lado da tia, uma das cerimonialistas mais consagradas do Sul. Experiência que ela trouxe para o Estado.

"Meu foco são os casamentos e de todos os estilos. Quero que os noivos se identifiquem e os convidados cheguem à festa e digam que a decoração ficou a cara dos noivos", descreve Mariana França, de 30 anos. A decoradora tem feito várias mesas comunitárias tanto em casamentos, como festas de aniversário e batizados, que surpreendem e não são, necessariamente, mais fáceis de serem montadas.

"Recente" no mercado de decoração, Mariana França tem 2 anos trabalho. (Foto: Guilherme Molento)
"Recente" no mercado de decoração, Mariana França tem 2 anos trabalho. (Foto: Guilherme Molento)

O diferencial está no detalhes da mesa e Mariana explica que não basta apenas enfileirar e pronto. É preciso pensar no espaço para acomodação das cadeiras, assim como na abertura para que os convidados puxem e se sentem confortavelmente, além da passagem entre garçons e público. "Quando o garçom tiver seguindo ninguém passa? Tudo isso tem que ser pensado", explica a decoradora.

Como por aqui ainda falta estrutura, Mariana conta que as mesas são um tanto quanto improvisadas a partir da junção de várias delas, menores, até chegar a grande fileira. "É uma montagem mais trabalhosa para o decorador. A cada mesa que coloca a gente vai lá na ponta e olha se está em linha reta", relata.

Com trena à laser ela consegue manter o cálculo da distância entre as mesas e também dos corredores. No caso de um número grande de convidados, é preciso dar um intervalo entre uma sequência e outra para dar passagem.

Uma das mesas comunitárias decorada por Mariana. (Foto: Arquivo Pessoal/Mariana França)
Uma das mesas comunitárias decorada por Mariana. (Foto: Arquivo Pessoal/Mariana França)

Mariana explica que não há um limite de convidados, mas que é preciso pensar na circulação e na logística da festa, o que envolve, muitas vezes, outros profissionais como buffet e assessoria.

Quem escolhe, por enquanto, as mesas comunitárias, segundo a decoradora, não segue um perfil específico de noivos. A mesa também pode ser montada tanto num gramado ao ar livre, quando num salão fechado. O que manda, conforme a profissional, são os modelos de mesa e cadeira e a decoração do ambiente como um todo.

Em termos de custo, Mariana França explica que como a maioria dos salões já oferecem mesas e cadeiras, buscar outro fornecedor para montar a comunitária pode significar um valor a mais no orçamento.

No casamento que Mariana decorou no último final de semana, foi ela quem sugeriu à noiva a mesa comunitária. Os casamentos da cultura brasileira impõem um número maior de convidados e ao contrário dos europeus e norte-americanos, em algumas situações, as pessoas não se conhecem.

"Eu explico que é uma grande oportunidade para que os convidados se conheçam. Festa é para interagir", frisa. Não é preciso também haver um lugar marcado. Até os noivos podem ser destinados à uma mesa a parte ou escolherem onde desejam se sentar.

A dinâmica da festa, segundo a decoradora, também corre diferente. "Quem começou a festa sentado num lugar nunca termina a noite naquele. Ele muda, outro vai, chega, senta", descreve. A marcação no Brasil não é uma boa ideia, diante do contexto de que os convidados quase nunca confirmam presença.

Para a foto, Mariana defende que a mesa fica muito mais bonita e as pessoas, mais juntas. "Gente que às vezes nem se conhecia, sentou junto e conversou", avalia. Em Campo Grande, a cultura ainda é um pouco tímida quando a mesa junta todos os convidados, mas já começa a deixar a lição: "eu vi uma fez num casamento que hoje duas famílias se unem em uma só, então escolha um lugar e não um lado", reflete a decoradora.

Mesa assim ensina até a não escolher lado e sim um lugar. (Foto: Lusival Junior)
Mesa assim ensina até a não escolher lado e sim um lugar. (Foto: Lusival Junior)
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