ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no Twitter Campo Grande News no Instagram
ABRIL, QUINTA  18    CAMPO GRANDE 21º

Comportamento

Não é só Angelina Jolie que retira os seios para evitar o câncer

Luciana Brazil | 14/05/2013 16:45
Morte da mãe motivou a atriz a retirar os seios. (Foto:Divulgação)
Morte da mãe motivou a atriz a retirar os seios. (Foto:Divulgação)

O assunto é a polêmica do dia: a cirurgia para retirada das duas mamas, feita pela atriz Angelina Jolie. Mas ao contrário do que parece, esse procedimento não é tão incomum. A estrela de Hollywood surpreendeu nesta semana ao revelar que retirou os seios para diminuir o risco de desenvolver o câncer de mama.

Especialistas garantem que a cirurgia preventiva é indicada em casos selecionados e acontece com mais frequência do que imaginamos. Para alguns, a opção pode soar como agressão desnecessária, mas clinicamente a alternativa é uma recomendação aceitável.

Angelina iniciou a dupla mastectomia em fevereiro deste ano e o processo só teve fim em abril, com a reconstrução com uso de prótese de silicone. A mãe da atriz, que morreu com a doença aos 59 anos, foi o motivo maior para a cirurgia.

A mastologista Marilana Geimba, 45 anos, explica que a mastectomia preventiva é um processo cirúrgico complexo e não dura menos de cinco horas, mas mesmo assim, defende em algumas circunstâncias. “Em casos específicos e selecionados, a cirurgia profilática é indicada, principalmente para pessoas que têm o gene do câncer. Mas a indicação nunca é absoluta, a decisão é sempre da mulher”.

A médica explica que a cirurgia pode ser feita em situações específicas. “Uma delas é quando há necessidade de diminuir o risco, em caso de pessoas que tem o gene, ou quando há doenças pré-malignas de muito risco”.

Depois de fazer um exame, onde ficou confirmada a presença do gene do câncer, a atriz hollywoodiana descobriu que tinha 87% de chance de desenvolver a doença na mama e 50% de risco de ter câncer no ovário.

Este exame genético, segundo Marilana, que detecta o gene do câncer, é indicado para pessoas com histórico familiar em primeiro grau, de casos em pai ou mãe. O valor varia muito, mas o menor é R$ 120,00. É possível fazer em qualquer laboratório e o preço varia de acordo com o pedido do médico. “Somente em casos onde a pessoa tem familiares próximos, o exame é aconselhado”.

A mastologista conta que muitas mulheres desenvolvem a cancerofobia, o medo de desenvolver a doença, e a retirada do seio é apenas uma consequência. “Nesses casos, pode-se dizer que se a mulher decide retirar o seio, é a melhor alternativa, já que o medo da doença é tão grande que pode acabar com a vida”.

Exame detectou que a atriz tinha 87% de chance de desenvolver o câncer de mama. (Foto:Divulgação)
Exame detectou que a atriz tinha 87% de chance de desenvolver o câncer de mama. (Foto:Divulgação)

Em um artigo publicado pelo site New York Times Angelina Jolie justificou a decisão.

“Quando soube da minha realidade, decidi ser proativa para minimizar o risco. Tomei a decisão de ter uma dupla mastectomia preventiva. Eu comecei com os seios, porque meu risco de câncer de mama é maior do que o câncer de ovário. A verdade é que tenho um gene falho, o BRCA1, que aumenta consideravelmente minhas chances de desenvolver câncer de mama e câncer de ovário", escreveu.

Opinião - Precipitada e ridícula foi como a fotógrafa Cleonildes Marcelino Goia, 53 anos, classificou a atriz. “Tirar uma coisa que nem tem. Que ridículo. A gente luta até o fim para não fazer cirurgia. Então, se ela estiver grávida, e tiver um sangramento, vai tirar o filho?”, questionou a fotógrafa.

Por duas vezes, Cleo, como é conhecida, precisou enfrentar o pesadelo da doença que aterroriza tantas mulheres. A Deus ela agradece por não ter precisado tirar a mama esquerda, onde a doença se desenvolveu. “Eu não precisei tirar o seio. Fiz a punção e já comecei o tratamento. A primeira vez que tive câncer foi há 13 anos. Mas há cinco anos, ele (câncer) ele voltou”.

O tratamento é para sempre, garante Cleo. As sessões de quimioterapia ficaram para trás, mas o acompanhamento é “para toda vida”. “A cada três meses faço o ultrassom, e a cada seis meses preciso fazer a mamografia”.

Se tratando de uma doença que pode até matar, o que fica bem claro, é a dificuldade de opinar.

Nos siga no Google Notícias