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Comportamento

Presépio feito com sobras e montado na varanda de casa é alegria no José Abraão

Aline Araújo | 14/12/2014 08:49
A cada ano o presépio só cresce. (Foto: Marcelo Calazans)
A cada ano o presépio só cresce. (Foto: Marcelo Calazans)

O material é simples, pedaços de maneira encontrados na rua, palitos de picolés e churrasquinho. Os encaixes e acabamentos são feitos com cola e uma faquinha de serra, dessas que a gente tem na cozinha. Mas o resultado é encantador. O presépio feito por José Onça, de 53 anos, já é tradicional na família e a cada ano cresce um pouco mais.

José sempre teve o hábito de fazer o presépio em casa, mas ele era mais simples. Em 2011, fez pela primeira vez a versão ampliada na casa dos pais, para alegrar a mãe. No ano seguinte, continuou a tradição, até 2013, quando ela faleceu. Então, o pai Ângelo Onça pediu ao filho que levasse o presépio para a casa.

José tem prazer em fazer as peças, tudo com muito carinho. (Foto: Marcelo Calazans)
José tem prazer em fazer as peças, tudo com muito carinho. (Foto: Marcelo Calazans)

Nos dois últimos anos, a varanda da casa de José e Maria Aparecida ganhou o brilho extra e virou atração no bairro, para vizinhos, filhos, netos e sobrinhos. O mais bacana é que ele prepara tudo com muito cuidado, carinho e prazer. Os personagens do presépio foram herdados da mãe. As casinhas, pontes e capelas, cada detalhe, foi construído a mão.

“Para mim é uma terapia, eu comecei a colar palitinhos de picolé e fui criando”, conta José, senhor simpático, sorridente e de voz bem postada, que recebe em casa com todo carinho quem aprecia o trabalho. As peças são feitas com calma, ao longo do ano. É só desmontar um presépio que ele já começa a pensar nas surpresas para incrementá-lo no próximo ano.

Morador do bairro José Abraão há mais de 30 anos, é por ali que ele encontra toda a matéria-prima que precisa para transformar algo sem serventia em um trabalho bonito de se admirar. De resto de mármore, a casca de árvores, tudo se transforma. “Eu costumo falar que eu reciclo o lixão do José Abraão”, brinca, com muito bom humor.

Os personagens bíblicos são herança da mãe. (Foto: Marcelo Calazans)
Os personagens bíblicos são herança da mãe. (Foto: Marcelo Calazans)
O presépio fica na varanda.
O presépio fica na varanda.

Todas as noites, ele segue o ritual de ir ao presépio, acender as luzes e ficar “namorando” o trabalho feito com tanta dedicação. Ele já até cogitou participar de concursos de presépios, mas quando soube que teria que colocar em outro lugar, desistiu. O presépio é feito todo ano para celebrar o Natal, confraternizar e fazer a alegria de quem passa.

Além das peças tradicionais, ganha elementos bem sul-mato-grossenses, como araras, tuiuius, fogão à lenha, carreta de boi... Tudo para compor o cenário que conta a história do nascimento de Jesus.

A alegria estampada no rosto do seu José brilha muito mais que as luzes do presépio e fazem a gente se dar conta, que os melhores prazeres da vida estão nas coisas simples e que a beleza está em todo lugar. Ele fez de palitinhos de picolé detalhes capazes de arrancar um sorriso fácil. Talvez o tal espirito natalino esteja nisso, em celebrar algo que se gosta.

Seu José prepara o presépio todos os anos. (Foto: Marcelo Calazans)
Seu José prepara o presépio todos os anos. (Foto: Marcelo Calazans)
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