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Comportamento

Quati ladrão de comida acaba com reeducação alimentar no Parque dos Poderes

Thailla Torres | 28/09/2016 18:08
Vivendo próximo ao homem, o quati acaba se alimentando com restos que a gente joga no lixo. (Foto: Alcides Neto)
Vivendo próximo ao homem, o quati acaba se alimentando com restos que a gente joga no lixo. (Foto: Alcides Neto)

A cena é engraçada, um quati fazendo arrastão e acabando com as tentativas de reeducação alimentar de quem resolveu levar frutas para o trabalho. No Parque dos Poderes, o ladrão de comida aparece sempre de manhã, entra na surdina e foge rapidinho levando a fruta que encontrar pela frente. É tão cara de pau que sai levando até sacolas com o lanchinho dos outros.

Primeiro, ele observa e depois parte para o ataque pulando a janela da Governadoria e de outros departamentos que funcionam no mesmo prédio. Na manhã desta quarta-feira, uma funcionária fotografou o momento em que ele invadiu uma das salas em busca de comida. Na ação rápida, escapou levando pão e banana.

Rápido, o danado conseguiu pular a janela atrás de comida. (Foto: Direto das Ruas)
Rápido, o danado conseguiu pular a janela atrás de comida. (Foto: Direto das Ruas)

Ele é uma gracinha que não consegue despertar nada além de risadas, mas é resultado da ocupação da mata na região do Parque. Como muita gente joga comida nas lixeiras das secretarias de governo, esses animais se acostumaram a procurar ali uma alimentação fácil.

Trabalhando no almoxarifado, a servidora Umbelina Pereira lembra que a situação ocorre quase todos os dias e o improvável acontece, até abrir a caixinha onde fica o pão, o quati já consegue. “Hoje mesmo, ele pegou pão e laranja. Tem um caixa que a gente deixou perto da janela, para guardar as frutas que a gente traz pra manter a alimentação, mas ele abriu e pegou”, conta.

A janela, segundo ela, costuma ficar aberta por conta do calor e mesmo com a movimentação de pessoas, os bichinhos parecem não ter medo de nada. “Se a gente descuidar, logo eles aparecem”, avisa.

É o quati que apronta e o assessor de imprensa Mário Márcio que leva a fama. Depois de ser furtado por um grupo deles, ganhou dos amigos o apelido de “Zé Quati”.

“Uma vez todo, mundo me deu dinheiro e eu comprei uns 10 salgados para o pessoal. Quando cheguei, tinha um grupo de quatis e eu parei para tirar foto. Um deles deu a volta em mim, deu um tapa na sacola e derrubou. Ai veio todo mundo em cima e levou tudo embora”, descreve o assessor.

O cheiro de comida é o maior atrativo, mesmo com a restrição em alimentar os animais, não tem jeito. Eles ficam rondando, fuçam a lata de lixo e aproveitam qualquer portinha aberta.

Eunice já viu gente ficar sem o pão e a laranja. (Foto: Alcides Neto)
Eunice já viu gente ficar sem o pão e a laranja. (Foto: Alcides Neto)
Tem gente que se arrisca tentando se aproximar. (Foto: Alcides Neto)
Tem gente que se arrisca tentando se aproximar. (Foto: Alcides Neto)

Na semana passada, eles causaram confusão quando entraram em uma das salas pela janela. “ Eles são bem arteiros e já estão acostumados. E não é só eles, tem também as cotias que aparecem. Na semana passada, dois quatis pularam a janela e não conseguiam sair da sala. Tivemos que pedir ajuda e quando eles acabam entrando, temos que ficar com a porta aberta até saírem”, explica a servidora Andrielen Silva, de 21 anos.

O fato é ninguém guarda rancor e na cena do “crime” todo mundo parece encantado pelo privilégio de trabalhar tão perto da natureza.

Mas apesar de serem uma atração, eles não devem ser alimentados pelas pessoas, explica o biólogo do CRAS (Centro de Reabilitação de Animais Silvestres) Marlon Cézar Comitti. “Eles ficam mal acostumados e acabam não saindo dali. Não deve alimentar porque nem todos alimentos humanos são metabolizados da mesa forma”, esclarece.

Para evitar um ataque, é indicado sempre manter a distância. “As pessoas não devem querer se aproximar ou tocar, porque podem atacar ao se sentirem ameaçados. É realmente um animal bonito, mas que deve ser admirado à distância”, orienta.

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De nariz cumprido e corpo mais alongado, difícil não parar tirar uma foto. (Foto: Alcides Neto)
De nariz cumprido e corpo mais alongado, difícil não parar tirar uma foto. (Foto: Alcides Neto)
Quando não acha comida, aproveita a sombra. (Foto: Alcides Neto)
Quando não acha comida, aproveita a sombra. (Foto: Alcides Neto)
Mas quando acha um pedaço de chipa, se esconde embaixo dos carros. (Foto: Alcides Neto)
Mas quando acha um pedaço de chipa, se esconde embaixo dos carros. (Foto: Alcides Neto)
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