ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no Twitter Campo Grande News no Instagram
MARÇO, SEXTA  29    CAMPO GRANDE 29º

Comportamento

Roberto Higa procura notícias de menina que fotografou há 40 anos

Paula Maciulevicius | 15/08/2013 06:48
Da memória do fotógrafo, Higa carrega apenas o olhar. Nome, filiação e idade ficaram para trás. (Foto: João Garrigó)
Da memória do fotógrafo, Higa carrega apenas o olhar. Nome, filiação e idade ficaram para trás. (Foto: João Garrigó)
Foto da menina.
Foto da menina.

Com mais de quatro décadas de carreira no fotojornalismo, milhares de flashes e histórias, uma foto de 1974 intriga o fotógrafo Roberto Higa. Ele até hoje não sabe o que aconteceu com a única sobrevivente de um acidente na saída para Cuiabá.

Como de costume, na época, a criança viajava com o pai e a mãe na carroceria de uma caminhonete. Na estrada, rumo à Camapuã, o veículo tombou e a menina ficou prensada e foi salva graças a um colchão.

A família toda morreu e o registro só foi feito porque a Polícia levou a vítima sobrevivente até o jornal Diário da Serra para que a notícia fosse dada.

“Só que o grande problema é que a criança não tinha pra onde ir naquela época”, se refere Higa quanto à carência de casas de abrigo e orfanatos e tampouco Conselho Tutelar.

Entre as inúmeras fotos no arquivo, tanto as de papel como as já escaneadas, a da pequena que aparenta ter em torno de 4 anos, descalça, num vestido branco e com um olhar triste é o que volta e meia vem à cabeça do fotógrafo.

“O que aconteceu com essa menina será? Ela não deve estar velha, deve ter uns 40 anos. Na época ela devia ter uns 3 anos, no máximo”, comenta.

O curioso é que do Papa João Paulo II, Manoel de Barros, às figuras de governantes, é aquela a imagem que ele se pergunta que vida levou a menina que se tornou mulher.

“Me intriga hoje porque o mundo está diferente. Tem recurso, tem para onde ir, antigamente não”, narra.

Da memória do fotógrafo, Higa carrega apenas o olhar. Nome, filiação e idade ficaram para trás. Mas quem sabe, se a sobrevivente ainda morar em Campo Grande, o Lado B possa noticiar o futuro que ela teve. Afinal, se do acidente apenas ela escapou era por um grande propósito divino, ou do destino, creio eu.

Nos siga no Google Notícias