ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no Twitter Campo Grande News no Instagram
ABRIL, SEXTA  26    CAMPO GRANDE 24º

Comportamento

Super-heroi, Pedro precisa de ajuda para continuar salvando a alegria da família

Paula Maciulevicius | 02/12/2016 07:49
Pedro tem 4 anos e é estimulado diariamente a voar para ir além das limitações da paralisia cerebral. (Foto: Arquivo Pessoal)
Pedro tem 4 anos e é estimulado diariamente a voar para ir além das limitações da paralisia cerebral. (Foto: Arquivo Pessoal)

Pedro é um menino lindo e que tem consigo uma família mais linda ainda. Primogênito do casal Ciro e Milena, hoje ele tem 4 anos, mas a história de luta diária começou ainda no nascimento. Prematuro, os pais acreditavam que o desenvolvimento mais lento era por conta dos meses em que Pedro se antecipou. Engano. Antes de completar 1 ano, o menino foi diagnosticado com paralisia cerebral.

Nesta quinta-feira ele passou por uma das intensas sessões de fisioterapia que realiza a cada três meses. São quatro horas dentro do método "TheraSuit" e de onde surgiu a foto de super-heroi. Montagem feita pelo tio, o menininho fica naquela exata posição, como se estivesse voando para salvar o mundo de vilões. 

"É um movimento de fortalecimento do tronco, na verdade onde está o "S", é um coletinho cinza preso no corpinho dele", explica o pai, o operador de áudio Ciro Alex Pereira, de 37 anos. Na quarta sessão deste método, o tratamento se utiliza de um colete com vários pontos que ativa movimentos que o corpo de Pedro não faz. "É como se o cérebro entendesse essa mensagem e começasse a reproduzir", traduz Ciro.

São-paulino, menininho começa a andar. (Foto: Arquivo Pessoal)
São-paulino, menininho começa a andar. (Foto: Arquivo Pessoal)
Em pézinho e todo vestidinho para a festa. (Foto: Arquivo Pessoal)
Em pézinho e todo vestidinho para a festa. (Foto: Arquivo Pessoal)

Pelas limitações da paralisia cerebral, Pedrinho não anda e nem engatinha, mas rola de um lado para outro e já desce da cama. Ele ainda não fala, mas já começou a balbuciar algumas palavras e tem o cognitivo também afetado.

À época, a família ouviu que Pedro poderia nem segurar a própria cabeça sozinho e dependeria de um colete cervical para o resto da vida. "A gente saiu dessa primeira consulta com esse impacto. Foi muito forte, só que a gente tinha uma fisioterapeuta que falou que via traços de evolução nele", conta o pai. O que levou a família a procurar outro especialista.

A segunda consulta trouxe um alento. "Não se podia determinar o que o Pedro ia ou não conseguir, se ia ou não existir evolução. Mas depois disso, fomos atrás de todos os tratamentos específicos", lembra o pai.

Pedro tem uma rotina intensa, tal qual a de um super-heroi. Médico, fisioterapeuta, terapeuta ocupacional e fono. "Ele já senta e está quase num processo de andar, mas isso é porque a gente não fica satisfeito e vai atrás", frisa o pai.

Com isso, Ciro e Milena meteram as caras, pesquisam e correm atrás de qualquer tratamento que possa trazer avanços ao super-heroi. "Minha esposa é inquieta e não aceita as situações. Ela descobriu uma clínica no Paraná, com tecnologia avançada, que vai ajudar muito ele", explica.

A consulta será agora, dia 19 de dezembro e junto dela, se começa um tratamento. Pelo que a família soube passar, é algo que está sendo estudado paralelamente às células-tronco e relacionado à tecnologia ortomolecular. "Vai fortalecer a imunidade dele, ajudar no sistema cognitivo e eles falam em melhora de vários aspectos. Nós vamos atrás e se a evolução for de 10%, já é válido", desabafa Ciro. 

Pedro tem o diagnóstico da paralisia desde os 11 meses de idade. (Foto: Arquivo Pessoal)
Pedro tem o diagnóstico da paralisia desde os 11 meses de idade. (Foto: Arquivo Pessoal)

Só essa ida custará R$ 10 mil e aí que Pedro e a família precisam da ajuda. Como Ciro trabalha de operador de áudio no laboratório de Comunicação Social da Uniderp, todo ano recepciona com uma banda os calouros e teve a ideia de realizar um show em prol do filho.

O evento cresceu, muita gente de peso abraçou a ideia e neste domingo (4), um festival de blues acontece para salvar o menino. De atrações serão: Clayton Sales, no voz e violão, Zé Pretim, Luis Henrique Ávila, MP Blues, Gessy & The Rhivo Trio. Os ingressos serão vendidos a R$ 20,00, na hora. O local da festa também foi doado para ser palco dos músicos, Espaço Figueira e toda a renda será revertida para o tratamento de Pedro.

Sobre o menino ser super-heroi, o pai deixa a brincadeira de lado para falar o quanto aprende com o filho. "A gente vê o mundo de outra forma depois que o Pedro nasceu e cada conquista dele é muito comemorada. Antes ele não comia sozinho, agora só o fato de pegar o pãozinho e por na boca, é motivo de comemoração", exemplifica Ciro.

Na verdade, o super-heroi veio para salvar a família e mostrar onde está o sentido da vida. "Ele ensinou a gente a ver a vida, o que é o cotidiano normal, de levantar, andar e falar, para a gente não é automático. Ele aprende na fisioterapia e começa a aplicar no cotidiano e representa, para nós, essa lição de vida. Aprendemos com o Pedro a comemorar a conquista das pequenas coisas".

A festa será neste domingo, dia 4, na Rua Ana Basília, 683, no Rita Vieira. Informações de convites e como chegar com Ciro, o pai de Pedro, pelo número: 9-8409-0556.

Curta o Lado B no Facebook

Com o irmãozinho Thiago. (Foto: Arquivo Pessoal)
Com o irmãozinho Thiago. (Foto: Arquivo Pessoal)
Nos siga no Google Notícias