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Comportamento

Troféu, vibrador, dentadura e até cadeira de rodas são esquecidos em hotéis

Paula Maciulevicius | 13/08/2013 06:27
Quem ouve a pergunta do outro lado já cai na risada. O que já esqueceram aqui? De todos os hotéis que a gente procurou não teve um recepcionista que não tenha lembrado ‘daquele’ esquecimento do cliente.
Quem ouve a pergunta do outro lado já cai na risada. O que já esqueceram aqui? De todos os hotéis que a gente procurou não teve um recepcionista que não tenha lembrado ‘daquele’ esquecimento do cliente.

Roupa, sapato e carregador de celular ou notebook. Até aí a lista está de acordo. Quem nunca esqueceu de colocar algo na mala na correria e deixou num quarto de hotel? O negócio é que se os ‘achados e perdidos’ da rede hoteleira de Campo Grande falassem, ia entregar muito hóspede por aí.

Quem ouve a pergunta do outro lado já cai na risada. O que já esqueceram aqui? De todos os hotéis que a gente procurou não teve um recepcionista que não tenha lembrado ‘daquele’ esquecimento do cliente.

“Olha só não esquecem os filhos porque não dá. Mas o que já deixaram aqui e a gente nunca entendeu como foi uma cadeira de rodas”, conta o recepcionista Anderson Benites, 42 anos. Com uma média mensal de 700 visitantes, a cadeira ficou lá por duas semanas até que o dono foi buscar.

“Até hoje a gente não conseguiu entender, mas vieram procurar depois. Acho que foi pressa de sair, muita coisa acumulada, mas a culpa aí foi do acompanhante”, comenta.

Entre os campeões no ranking estão os carregadores de celular. Os mais modernos são procurados por quem deixa e o hotel acaba enviando pelo correio. “A gente se responsabiliza apenas por guardar, mas a política da empresa é que eles que entram em contato conosco. O campeão, não adianta, é o bendito carregador. De 10 itens esquecidos, oito são isso”.

O resultado foi chegar a 30 carregadores arquivados, parte dos itens que ficam no hotel por até seis meses até que seja feita doação ou encaminhamento para reciclagem.

Luzia Assis é outra que cai na risada. “Parece engraçado, mas já deixaram dentadura no cinzeiro e o hóspede nunca mais voltou”, descreve.
Luzia Assis é outra que cai na risada. “Parece engraçado, mas já deixaram dentadura no cinzeiro e o hóspede nunca mais voltou”, descreve.

Mas entre a lista de esquecimentos, um já virou patrimônio do hotel. Há 12 anos um hóspede esqueceu um relógio Rolex. Ele chegou a procurar, mas ninguém havia achado ainda. O relógio estava entre a cama e a parede e só foi achado depois que o quarto passou por reforma. Até aí, o telefone do cliente já não era mais o mesmo.

“A gente também já teve que pagar creme francês de R$ 300 porque a camareira jogou fora, achou que o cliente tinha deixado para trás porque estava acabando”, completa Anderson.

A executiva de contas, Luzia Assis, de 50 anos, é outra que cai na risada. “Parece engraçado, mas já deixaram dentadura no cinzeiro e o hóspede nunca mais voltou. Mas assim eu também não voltaria”, descreve.

Quando a coisa esquecida é de valor, o hotel liga para devolver ao cliente, mas caso contrário, espera mesmo o contato por até um ano. Enquanto isso, o ‘achados e perdidos’ só vai aumentando.

Tem hotel por aí que o livro de esquecidos parece piada. Folheando os registros, o recepcionista Ramiro Horn, de 30 anos, encontrou para o Lado B um troféu de peixe. A gente imagina que seja resultado de uma pescaria onde o hóspede saiu vencedor.

“Dentadura já teve, mas me contaram também de uma caixa com um consolo. Esse, como é constrangedor, ninguém pergunta”, revela.

Segredo a sete chaves, um dos hotéis mais conhecidos da cidade conta que as camareiras já encontraram vibradores dentro de armário e dois embaixo do travesseiro. E indo no embalo, o administrador André Luis Ferreira Souza, de 28 anos, fala da lenda que corre pelo hotel.

“Já acharam aqui uma mala cheia de DVD’s pornográficos. Está guardado, ou pelo menos estava, esperando o dono vir atrás, mas não sei se já não dividiram por aqui”, brinca. O armário que antes era para qualquer outro propósito foi tomado de ‘achados e perdidos’ e um com mais história do que o outro.

O campeão mesmo foi um item que ficou por 20 minutos esquecido. Foi este o tempo para que o cliente sentisse falta de uma caixa fechada de Viagra. “Ele voltou e disse esqueci uma caixa de remédio para impotência, fomos olhar e entregamos. Foi assim, simples, que a gente lembra, o mais curioso foi esse”, detalha o recepcionista Edson Alberto Martins.

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