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Consumo

A tradição de vender e restaurar cadeiras de fio é passada de pai para filhos

Aline Araújo | 05/08/2015 06:34
O lugar vende cadeiras novas e restaura antigas. (Foto: Vanessa Tamires)
O lugar vende cadeiras novas e restaura antigas. (Foto: Vanessa Tamires)

Há algum tempo estava entre os desejos do Lado B encontrar um lugar que arrumasse cadeiras de fio, por ser algo bem comum nas varandas. São memória afetiva, que ganham mais valor em tempos de descarte fácil, um item quase eterno, se bem cuidado. Para quem ainda não encontrou um especialista no assunto, achamos o nosso na avenida Marques de Leão, lugar onde aquela cadeira herdada da avó entra "acabada" e sai quase nova, por conta de um oficio de família.

Joel Lugnani, de 79 anos, começou a tradição. Ele trabalha com as cadeiras há 23 anos, restaurando e vendendo, o oficio é feito com muito zelo, o que fica claro já na fachada da oficina, colorida e bem organizada.

Elaine entrou para o ramo há três meses. (Foto: Vanessa Tamires)
Elaine entrou para o ramo há três meses. (Foto: Vanessa Tamires)

O negócio é bom, tanto que cativou os filhos também. Marcos Lugnani herdou o primeiro ponto do pai, onde já trabalha há 13 anos. Quando o casamento de Elaine Lugnani, de 54 anos, terminou, ela resolveu recomeçar a vida deixando o antigo trabalho, a correria no comércio da construção civil, foi outra da família a abrir seu “Ponto das Cadeiras”.

O grande incentivador, claro, foi o pai. Ela não teve dúvidas. “Meu pai falou para eu deixar de lado essa correria de ficar o dia inteiro de obra em obra e começar a trabalhar com as cadeiras de fio, disse um frase que eu nunca esqueci: Filha você nunca mais vai ficar sem dinheiro, pelo menos R$ 20,00 por dia você vai ter”, lembra.

A principio, ele queria que ela vendesse em pontos da cidade, mas Elaine preferiu uma loja. Quando viu o salão na Marques de Leão, no bairro Novos Estados, os seus pedidos foram atendidos. Foi só chegar e montar a empresa. “Parece que Deus estava ajudando para dar tudo certo”, comenta.

As cadeiras de fio de junco tem boa saída. (Foto: Vanessa Tamires
As cadeiras de fio de junco tem boa saída. (Foto: Vanessa Tamires

A loja já está funcionando há três meses e o movimento tem sido muito bom, garante. O começo também veio no empurrão do pai e, sem as primeiras encomendas, ela colocou 25 cadeiras emprestadas para vender. "Todas saíram da loja nos primeiros dias", lembra.

As cadeiras que vão para a reforma são soldadas, pintadas e tem os fios trocados. Um trabalho manual feito com dedicação por Joel. “Ele vem duas vezes por semana aqui, ou eu levo as cadeiras lá para ele arrumar”, explica Elaine.

Como a loja ainda e recente, ela não tem funcionário e faz tudo sozinha. As vezes conta com a ajuda dos vizinhos para darem uma olhadinha na loja enquanto faz algumas entregas, o ritmo é um pouco puxado, mas até então, feito com satisfação, garante.

As cadeiras novas vem de São Paulo e tem vários modelos, para vários estilos e bolsos. “Para dar certo, é preciso entender que as pessoas tem gostos diferentes, por isso tem que ter sempre muita diversidade”, ensina.

Para agradar, vários modelos e cores. (Foto: Vanessa Tamires)
Para agradar, vários modelos e cores. (Foto: Vanessa Tamires)

Além dos modelos tradicionais com fios de plástico, hoje os feitos de “junco”, uma fibra sintética, também fazem sucesso, agradam quem quer um jogo de cadeiras com um visual mais refinado. Como ela usa a internet para divulgar o trabalho, além de vender para vários bairros, conseguiu clientes de outras cidades do Estado e até São Paulo e Paraná.

O reparo para as cadeiras custa em média R$ 50,00. As novas de fio tradicionais, custam de R$ 45,00 a R$ 70,00. As de balanço saem em média por R$130,00 e as de junco por R$ 130,00 a R$ 190,00.

A loja abre todos os dias, de segunda a sexta-feira, das 8h às 18h. Aos sábados e domingos, das 8h às 14h. O Ponto das Cadeiras fica na rua Marques de Leão, 344, bairro Novos Estados.

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