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Consumo

Sem dinheiro sobrando, jovem mostra que dá pra conhecer o mundo se organizando

Paula Maciulevicius | 21/09/2014 07:58
Vanessa em Edimburgo, quando aproveitou as férias e fez intercâmbio de 1 mês na Escócia. (Foto: Arquivo Pessoal)
Vanessa em Edimburgo, quando aproveitou as férias e fez intercâmbio de 1 mês na Escócia. (Foto: Arquivo Pessoal)

As páginas dos passaportes, no plural, mostram o número de viagens que a dentista Vanessa Hoffmann, de 27 anos, já fez pelo mundo. Apaixonada por conhecer novas culturas, sabores e histórias, ela consegue viajar se organizando. Não tem dinheiro sobrando, mas colocou como prioridade nas planilhas as passagens aéreas, hotéis e passeios.

A primeira viagem internacional foi aos 12 anos, para a Disney com os pais. Depois dessa houve mais uma ida para os Estados Unidos, até que em 2007, aos 20, descobriu de fato o que era viajar. Num tour pela Europa com a prima, voltou um tanto frustrada por não ter participado ativamente do roteiro de viagem e descobrir aqui tantos lugares que passaram batido. Mas a viagem lhe deu a lição, nos 30 dias fora, ela conheceu 21 cidades da Itália, Espanha, França, Grécia, Portugal, Bélgica e Holanda, e, aprendeu que era este o seu perfil de viajante, meio corrido, de conhecer um pouquinho de cada lugar.

Passaportes colecionam carimbos. (Foto: Marcelo Callazans)
Passaportes colecionam carimbos. (Foto: Marcelo Callazans)

Descoberto o caminho do mundo afora, ela passou a se organizar em planilhas e por todos os gastos na ponta do lápis. Nos últimos quatro anos, as viagens se intensificaram e o roteiro também diversificou, incluindo ora Europa e América Central, ora América do Sul para viagens mais rápidas. Desde então, os destinos foram Patagônia, na Argentina, um mês de intercâmbio na Escócia, França e Itália de novo, além de Inglaterra, Alemanha, Áustria e República Tcheca.

No fim do ano 2012, depois de um episódio de tornado em Nova Iorque, a dentista aproveitou a baixa nas passagens e embarcou sozinha para passar o Natal lá, foi a única viagem organizada em cima da hora, mas que valeu pelo preço.

"As pessoas brincam você não trabalha não? Tem férias contínuas? As viagens da América do Sul eu faço em feriados, na Semana Santa fiquei quatro dias em Santiago, já passei o mesmo tempo em Bariloche. Muitas pessoas acham que não compensa, mas às vezes você fica menos tempo no avião do que se fosse para o Nordeste", compara. Na Páscoa deste ano, por exemplo, ela foi para o Peru.

A palavra de ordem para quem quer viajar é planejamento. Quando está em casa, Vanessa pouco assiste televisão e gasta as horas de descanso acompanhando preços de estadia e aéreos. "Às vezes me seguro para não comprar, porque não posso pelo trabalho", conta.

Em Dubai, Emirados Árabes. (Foto: Arquivo Pessoal)
Em Dubai, Emirados Árabes. (Foto: Arquivo Pessoal)

Do salário ela reserva todo mês 15% só para viagens, fora a fatura do cartão de crédito que sempre vem uma parcela de passagem ou hotel. A última viagem que demandou mais tempo de organização foi no final do ano passado, foram seis meses planejando viajar pela Austrália, Nova Zelândia e Dubai.

"A primeira coisa que tem que ver é a possibilidade de passagens internacionais e lá de dentro também. Eu avalio qual transporte vou usar, pela economia de tempo, opto na maioria das vezes por avião", afirma. A busca constante por passagens e estadias dá a noção da média de preço e possibilita, principalmente, observar se os valores estão baixando.

A jovem ainda mora com os pais e não tem filhos, mas além dessas duas vantagens, estabeleceu a viagem como prioridade. Até nas saídas economiza. "Quando a gente quer e vê isso como prioridade, começa a se organizar. Tem gente que tem despesa fixa com o valor de carro, por exemplo, mas eu gasto em viagens".

Aos que criticam o fato de o destino ser sempre o exterior, Vanessa traz à tona a comparação de preços. "Não é porque não dou valor ao Brasil, mas chega a ser absurdo para um lugar que não é tão longe", compara ao Nordeste.

Nas viagens, ela admite não ser tão econômica a ponto de ficar em hostel, mas procura sempre um hotel barato e bem localizado, para não gastar em transporte. Na hora de juntar o dinheiro para aquelas férias, compra sempre em dólar e leva em espécie. O cartão de crédito também vai, mas é usado em casos excepcionais.

Vanessa também não é consumista, então as compras são ímãs, livros e souveniers. As dicas de viagem ela acompanha em blogs de viajantes. Este ano, a dentista já fez um cruzeiro que saía da Itália para Croácia, Grécia e Turquia.

"Já gastei R$1 mil como R$ 15 mil, tudo depende. Todo mundo consegue viajar, o que varia é o tempo de planejamento, às vezes a pessoa não consegue em um ano, mas pode ir em dois, três. Basta ter renda, planejamento financeiro e pesquisar datas e trechos mais em conta", ensina.

As parcelas não ultrapassam a volta da viagem e a cada chegada, Vanessa já pode planejar o próximo destino. Nos planos estão África do Sul, Islândia e por aí vai. Para juntar todas as experiências num só lugar, Vanessa criou um Instagram só de viagens o Vahviajar.

Vanessa também não é consumista, então as compras são ímãs, livros e souveniers. (Foto: Marcelo Callazans)
Vanessa também não é consumista, então as compras são ímãs, livros e souveniers. (Foto: Marcelo Callazans)
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