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Diversão

Arvorismo, tirolesa e rapel provam que Paraguai tem aventura, além de compras

Chácara da família ganhou nome em homenagem ao pássaro que sempre os visitava e abriu circuito de turismo de aventura

Paula Maciulevicius | 22/11/2016 06:20
Rapel é quase todo negativo, quando os pés não encontram apoio, próximo à cachoeira. (Foto: Chacurru)
Rapel é quase todo negativo, quando os pés não encontram apoio, próximo à cachoeira. (Foto: Chacurru)

A 14 quilômetros do Centro de Pedro Juan Caballero, um ônibus nos moldes "escolar", espera um grupo de turistas que vai embarcar numa aventura pela natureza paraguaia. A convite da Fecomércio, que no final de semana realizou um seminário para discutir estratégias de turismo além das compras na fronteira, o Lado B subiu no busão Paraguai adentro. A ideia era conhecer e se aventurar na área rural do país vizinho.

Parte do percurso é percorrido por uma estrada de chão, que parece aumentar e muito os 14 quilômetros iniciais. Mas não é nada para quem tem consciência de que quanto menor o impacto ambiental, mais preservada estará a fauna e a flora do destino final, que no caso era "Chacurru".

A chácara que está há 20 anos na família de dona Felicita Rojas de Gonzales, leva este nome agora em homenagem a um pássaro. "Chacurru, que sempre vinha aqui, então colocamos", explica em espanhol.

Arvorismo é feito em seis pontes suspensas. (Foto: Chacurru)
Arvorismo é feito em seis pontes suspensas. (Foto: Chacurru)
Verde fica mais belo visto do alto. (Foto: Chacurru)
Verde fica mais belo visto do alto. (Foto: Chacurru)
E quando se olha para baixo, beleza faz até o medo ficar para trás. (Foto: Chacurru)
E quando se olha para baixo, beleza faz até o medo ficar para trás. (Foto: Chacurru)

Só nos últimos três anos que a chácara ganhou nome e porteira aberta para o ecoturismo. "Nós tínhamos essa terra e não sabíamos o que íamos fazer com ela. Aqui temos animais pequenos, plantas e árvores que estão em extinção. Tirar tudo isso e colocar dinamite para fazer outra coisa? Não, não era essa a intenção", narra Felicita, de 58 anos.

A ideia de fazer a chácara ser rentável veio do marido, Davi Gonzales. "No início ele queria vender, mas depois veio com essa história de fazer ecoturismo e tirar dinheiro da natureza", afirma.

Nos 25 hectares totais de Chacurru, há possibilidade de explorar a natureza do lado de lá da fronteira por duas trilhas que terminam em destinos diferentes. Uma leva à cascata e a outra, à uma caverna, além do circuito de arvorismo, tirolesa e rapel, que topei fazer. 

A entrevista acontece antes do circuito. Para cada cinco pessoas, há dois guias acompanhando. Nosso grupo foi formado por mim, Wesley um amigo que embarcou na mesma viagem e é de uma agência de turismo da Capital e Paulo, um chef de cozinha português que há anos se aventura no Brasil. No caminho, outros quatro se juntaram a nós, todos paraguaios, de Pedro Juan Caballero.

De um morro a outro, percurso de 150m de distância é feito em tirolesa a 30m de altura. (Foto: Chacurru)
De um morro a outro, percurso de 150m de distância é feito em tirolesa a 30m de altura. (Foto: Chacurru)

Antes de todo trajeto de 1 quilômetro, as instruções em "portuñol" são dadas quanto aos equipamentos de segurança. O início é no arvorismo, por seis pontes suspensas. Por mais que o medo beirasse, era impossível não olhar para baixo e ver o encanto das cachoeiras e todo verde ao redor.

Na sequência, uma trilha numa subida considerável, curta, mas de perder o fôlego, nos leva até o alto. A 30m da cachoeira principal, um morro era ligado a outro e os 150m de distância foram percorridos na tirolesa. Como ninguém me conhecia e provavelmente eu demoraria muito a voltar, me permiti gritar. Perguntei primeiro, claro. E ninguém fez objeção.

A descida é feita de rapel negativo, numa cachoeira de 30m. Os pés encontram apoio apenas nos primeiros passos e depois é só você, a corda, a paisagem e a refrescância da água. Apesar de gostar de me aventurar, só consegui descer mesmo na segunda tentativa. Quando não me senti pronta, pedi para o guia me puxar e como não havia outro jeito de descer (até devia ter, mas falei para mim mesma que só dava para voltar assim), fui com medo mesmo. Por sorte, o caminho até o chão era curto e com a natureza como distração.

O almoço foi lá mesmo e além do circuito, Chacurru oferece piscina e cachoeiras para banho. O "day use" custa R$ 25,00 sem inclusão de almoço. A refeição sai por R$ 25,00 e o cardápio do dia foi churrasco, sopa paraguaia, salada e mais as guarnições de sempre. O circuito, incluindo trajeto, guias e equipamentos, custa R$ 80,00. Os preços variam conforme a cotação, porque são calculados todos em guarani. 

Também há quartos que comportam até 50 pessoas e o preço, também muito acessível. Uma diária sai por R$ 60,00 por pessoa com café da manhã. "Vem gente do Brasil e também de outros países e todos ficam maravilhados. Somos pioneiros", se gaba Felicita. O maior fluxo de visitantes é de Conceição, cidade paraguaia. "Eles têm rio e nós temos outras coisas", brinca.

Informações podem ser obtidas pela página do Chacurru no Facebook e também no site

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Macaquinhos pelo caminho. (Foto: Chacurru)
Macaquinhos pelo caminho. (Foto: Chacurru)
Uma das cachoeiras a serem apreciadas. (Foto: Chacurru)
Uma das cachoeiras a serem apreciadas. (Foto: Chacurru)
Vista do mirante. (Foto: Chacurru)
Vista do mirante. (Foto: Chacurru)
Área total é de 25 hectares. (Foto: Chacurru)
Área total é de 25 hectares. (Foto: Chacurru)
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