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Diversão

De “antenados” a saudosistas, Cordão Valu reúne cerca de 400 foliões

Elverson Cardozo | 19/02/2012 19:00

Grupo, criado em 2006, desfila pela região da Vila Ferroviária, em Campo Grande, pela sexta vez consecutiva

Rua General Mello, onde acontece a concentração, ficou lotada. (Foto: Elverson Cardozo)
Rua General Mello, onde acontece a concentração, ficou lotada. (Foto: Elverson Cardozo)

Em clima de diversão e ao som de marchinhas tradicionais como “mamãe eu quero, mamãe eu quero, mamãe eu quero mamar”, cerca de 400 foliões se divertiram à moda antiga. É o cordão “Valu”, já conhecido em Campo Grande, mas que a cada folia atrai novos participantes, “antenados” ou saudosistas. O desfile aconteceu na tarde deste domingo (19), na região da Vila Ferroviária.

“É do tempo de mamãe”. A frase é da filha que hoje, fantasiada de palhaça, resolveu deixar o estresse de lado e cair na folia como faz há 4 anos. “Me acompanha desde pequena”, completou.

Casal, morador do bairro Coopharádio, participa do desfile há 4 anos. (Foto: Elverson Cardozo)
Casal, morador do bairro Coopharádio, participa do desfile há 4 anos. (Foto: Elverson Cardozo)

A artesã Eleusa França Caparelli, de 60 anos, foi acompanhada do marido, Marco Antônio Ferreira, 49 anos, que segue a mesma profissão e também escolheu a fantasia de palhaço. “Ano passado foi de Drag Queen. Os dois”, contou Eleusa.

Em época de axé music, samba enredo e até funk, desfilar em um cordão à moda antiga é um privilégio para os saudosistas. “Sem marcinha não tem carnaval”, pontuou Marco Antônio, enfaticamente. Para a esposa, além da diversão, há outro motivo. “Pelo menos é da minha época”, conta sorrindo.

Na composição da banda, instrumentos como saxofone, trompete, trombone, bombardino e até um tuba sinfônico. Tudo dedicado à folia que reuniu gente de todo lugar, como a fotógrafa Natália Tereza, de 23 anos, que mora em Curitiba (PR) e pela primeira vez participou do cordão Campo-Grandense.

“Está muito divertido. Bloco de rua a gente se diverte muito mais”, contou, escondida sob um bigode, parte da fantasia que ela mesma confeccionou.

Já Vanderlei Cleberson de Souza, 41 anos, apostou na fantasia de mulher. Em trajes mínimos e ousados, o funcionário público tornou-se, por alguns minutos, o centro das atenções enquanto concedia entrevista. “Tira uma foto da gente com ele”, pediu um grupo de garotas.

Vanderlei participa do desfile de cordões há 5 anos, mas também integra a escola de samba Igrejinha. O desfile no cordão Valu é um “upgraded” durante a folia que pára o Brasil. “Vem resgatando o verdadeiro carnaval que é se divertir de graça”, afirmou.

Banda em composição clássica animou cordão. (Foto: Elverson Cardozo)
Banda em composição clássica animou cordão. (Foto: Elverson Cardozo)

História – Criado pelo bancário Jefferson Contar, de 42 anos, e a professora de história, Silvana Valu, de 39 anos, o cordão foi fundado no final de 2006 e desfilou pela primeira vez no carnaval de 2007, com cerca de 100 membros.

É o sexto ano que o grupo sai às ruas de Campo Grande. Jeferson conta que idéia surgiu da inexistência de grupos que comemorassem o carnaval como antigamente, ao som de marchinhas.

Hoje, Silvana Valu sente-se realizada pelo sucesso do cordão que leva o seu nome. “A gente fica feliz porque isso prova que Campo Grande também gosta de carnaval. Não é só sertanejo”, diz.

Serviço – O cordão Valu também desfila nesta segunda-feira (20), às 7h, na Esplanada Rodoviária, em Campo Grande.

A concentração será às 6h, em frente ao bar do “Zé Carioca”, localizado na rua General Mello, 91, centro.

Vestido de mulher, folião teve alguns minutos de "fama". (Foto: Elverson Cardozo)
Vestido de mulher, folião teve alguns minutos de "fama". (Foto: Elverson Cardozo)
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