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Diversão

Pela 1ª vez na Capital, Mix Brasil abre com curta de MS e dá vez à cultura LGBT

Paula Maciulevicius | 09/09/2011 20:10

Programação segue até domingo, com entrada franca, no MIS

Na tela, curta-metragem produzido em MS “Lados Dados” abre 18ª edição do Mix Brasil Festival de Cinema da Diversidade Sexual. (Foto: João Garrigó)
Na tela, curta-metragem produzido em MS “Lados Dados” abre 18ª edição do Mix Brasil Festival de Cinema da Diversidade Sexual. (Foto: João Garrigó)
Com plateia lotada, programação traz filmes e debates de sexta à domingo, no MIS. (Foto: João Garrigó)
Com plateia lotada, programação traz filmes e debates de sexta à domingo, no MIS. (Foto: João Garrigó)

Chegou a vez de Campo Grande receber pela primeira vez o Mix Brasil Festival de Cinema da Diversidade Sexual. O evento foi aberto mostrando a produção regional, a partir do curta-metragem “Lados Dados”, dirigido e roteirizado por Breno Benetti, de 25 anos.

O filme conta em 12 minutos a relação de um casal que lida com as consequências da liberdade, dúvidas e traição. Incertezas que rodeiam qualquer relacionamento, mas vivido por um casal gay.

Em cena, o diretor também faz papel de ator, Breno Benetti, Leandro Marques e Carlos Anunciato.

Quem não esperava muito de uma produção regional se surpreende. Do começo ao fim o filme chama a atenção e desprende a lotada plateia de qualquer preconceito. O enredo mostra situações do cotidiano de qualquer casal, discussões e troca de carinho.

Além de bem produzido o curta ganha um toque todo especial que vem da trilha sonora, a música leva o mesmo nome do filme, composta por Pedro Souza e dá toda sensibilidade para a trama. “Nós conversamos sobre o roteiro e ele fez a poesia. Ele não tinha visto nada editado”, fala o diretor do filme, Breno Benetti.

O festival, pela primeira vez em Campo Grande, abre espaço para o debate quanto a diversidade sexual. Ao contrário do que se vê normalmente em mostras culturais, o Mix Brasil lotou o MIS (Museu da Imagem e do Som). A presença em peso do público chamou a atenção do diretor do Festival.

“O Festival tem 19 anos, visita várias cidades e esta é uma das melhores produções para quem recebe pela primeira vez. Você viu a sala, está cheia”, observa João Fredirici.

Um dos organizadores e também ator do curta “Lados Dados”, Leandro Marques, respira aliviado. “Quando se trabalha com arte, você nunca tem certeza da quantidade de público. Eu estou bem feliz pela receptividade das pessoas, a casa cheia, o astral bacana”, comenta.

Diretor do Festival João Fredirici: “ esta é uma das melhores produções para quem recebe pela primeira vez”. (Foto: João Garrigó)
Diretor do Festival João Fredirici: “ esta é uma das melhores produções para quem recebe pela primeira vez”. (Foto: João Garrigó)

Além dos 14 filmes que vão compor os três dias de programação, o Mix Brasil traz para a Capital também debates, em destaque de como está o mercado para o público gay.

“O mercado LGBT está expandindo, moda, cultura e até a construção civil tem trabalhos voltados para casais de gays e lésbicas”, ressalta João Fredirici.

O mercado precisa atender consumidores cada vez mais abertos, que segundo Fredirici é muito plugado.

“É um mercado de muito potencial e que não vai parar de crescer”, completa.

O tema é destaque do segundo dia de programação, neste sábado, a partir das 18 horas.

E para quem esperava apenas um público gay, o diretor já antecipa “tem hetero, homossexual e famílias inteiras. Nosso público realmente é diverso”.

Entre os que prestigiaram o primeiro dia do evento, o diretor de teatro e coreógrafo Jair Damasceno. “O Festival insere Campo Grande no contexto cultural e artístico, não só do momento atual, mas o mundo todo está voltado para o conteúdo humano e as temáticas que incomodam em geral são importantes para a sociedade”, considera.

Experiente na arte, Jair coloca ainda que o foco na diversidade tem sim espaço em Campo Grande. “Falta nós artistas nos propormos, a sociedade é muito receptiva. Nós temos a obrigação de abrir campo, frente. Isso é arte”, declara.

Artista da terra, Humberto Espíndola também compareceu à abertura do Mix Brasil. “Campo Grande sempre foi aberta como metrópole, capital, é uma cidade emancipada na diversidade moral e ética. Esse Festival aborda justamente todas essas características e traz maturidade cultural para a cidade”, completa.

O espaço aberto pelo Festival para discussão do tema também é ressaltado pelo diretor de arte de “Lados Dados”, Jefferson Barros. “É importante que isso aconteça, precisa de espaço para discutir. As manifestações não acontecem a torto e a direita, fica sempre entre São Paulo e Rio. Ainda bem que está acontecendo aqui”, coloca.

Além da margem para debates, o Festival abriu para que o curta fosse exibido ao lado de filmes que já tiveram grande repercussão, entre eles “Como esquecer”, de Malu Martino, protagonizado por Ana Paula Arósio e Murilo Rosa.

“Se não fosse pelo Mix a gente passaria por editais para então exibir nosso trabalho. O youtube também possibilita grande visibilidade, mas pretendemos conseguir inscrever o curta em prêmios”, finaliza.

A programação completa do Mix Brasil Festival da Diversidade Sexual, trailers e sinopses estão no site . O evento segue até domingo no MIS, que fica na avenida Fernando Corrêa da Costa, número 559, antigo prédio do Fórum. A entrada é franca.

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