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Diversão

Projeto tem desafio de lotar shows com artistas que não estão no "top five"

Mariana Lopes | 04/07/2013 08:09
Bixiga 70, um nome conhecido por poucos ligados nas rádios comerciais. (Foto: Divulgação)
Bixiga 70, um nome conhecido por poucos ligados nas rádios comerciais. (Foto: Divulgação)

Na cidade onde reina o sertanejo universitário, trazer shows de artistas que não estão nos “top five” das rádios é um verdadeiro desafio. Diante disso e com a proposta de formar público, o Sesc monta todo ano uma programação na qual traz para Campo Grande atrações musicais requintadas e muitas até conceituadas além das fronteiras do Brasil, mas pouco conhecidas na Capital sul-mato-grossense.

Até setembro deste ano, o palco do Teatro Sesc Horto recebe shows que vão da música popular brasileira à música clássica, tudo com artistas de fora do eixo regional. A maioria é de São Paulo, mas também há atrações de Pernambuco e do Paraná.

Quem abre o calendário do segundo semestre, são os músicos paulistas Pedro Altério e Bruno Piazza. O show deles acontece nos próximos dias 10 e 11. O espetáculo é uma mistura do popular com o erudito, ao som do violão e do piano. No repertório, a dupla traz até canções de Dani Black, que é músico de Campo Grande e filho da cantora Tetê Espíndola.

O mês de agosto traz uma diversidade na programação, misturando o clássica e o teatral em dois shows. O primeiro, que será realizado nos dias 17 e 18, é do Quarteto Sorocaba, também de São Paulo. O grupo apresenta o concerto "Ao Seu Alcance", com repertório que vai desde o período Barroco, Clássico, Romântico e Moderno, interpretando nada mais, nada menos do que Vivaldi, Bach, Mozart, entre outros mestres da música clássica.

O segundo show é o musical pernambucano "Coisa Nostra", apresentado nos dias 28 e 29. No palco, o grupo Babi Jaques & Os Sicilianos mistura diversas esferas artísticas, mas o carro chefe é a música encenada. O antigo e o contemporâneo se encontram em uma linha tênue, na qual os artistas prometem despertar a imaginação do público com múltiplas sensações através do som.

Banda Coisa Nostra é uma das atrações. (Foto: Divulgação)
Banda Coisa Nostra é uma das atrações. (Foto: Divulgação)

Chegou setembro - Com oito shows, setembro será o mês mais movimentado na programação do Concertos Sesc. E para quem achou que não teria nada de sertanejo entre as apresentações, se enganou. Nos dias 3 e 4, quem sobe ao palco é o paulista Júlio Santin, com o show instrumental ”Violas tons e sons”. Na viola caipira e no violão base, o músico interpreta composições de Tião Carreiro, Bambico, Renato Andrade e Tavinho Moura.

No dia 14, o grupo Saçurá, também de São Paulo, apresenta composições do primeiro álbum da carreira do sexteto, "Meu Retrato Brasileiro". Combinando sons de piano, flauta, percussão, violão, bateria e violoncelo, o show é uma conversa musical que mescla choro, baião, ijexá e aguerê à linguagem erudita.

A programação segue no dia 15, com o Quinteto Coloquial, de São Paulo, com o show "Mergulho". Ao som do violão, piano, baixo, bateria, percussões e vozes, e na onda das misturas, o grupo faz uma salada mista de estilos musicais, de coco, jazz, jongo, música erudita e samba mineiro, unindo ainda a ousadia da música contemporânea à tradição da cultura popular brasileira.

No dia 17 é a vez do pop rock da paulista Iara Rennó, com o show Reluxx Cabaret. No vocal e na guitarra, a cantora apresenta músicas inéditas que ainda estão em processo de gravação. Ela sobe ao palco com os músicos Ricardo Dias Gomes, nos sintetizadores, e Léo Monteiro, na bateria.

O violeiro Júlio Santin (Foto: Divulgação)
O violeiro Júlio Santin (Foto: Divulgação)

O clima das festas populares promete invadir o palco e contagiar a plateia no dia 20, com o show "Balada do Tambor", do Grupo Mundaréu, do Paraná. A sonoridade é caracterizada por diversas manifestações artísticas brasileiras, como coco, maracatu, bandas de congo, congada, cirandas, cacuriás, bumba bois, sambas e tanta outras.

Sem rótulo ou gêneros, a cantora paranaense Thayana Barbosa apresenta  o show "Mar de Dentro", no dia 21. Misturando também coco, o cacuriá e o fandango, ao samba, reggae, rock, jazz, música latino-americana e bossa nova, a compositora embarca o público em uma viagem ao universo dela.

Nos dias 26 e 27, o grupo Bixiga 70, de São Paulo, sobe ao palco com uma proposta diferente das atrações anteriores. Reconhecido em diversos países, o grupo explora as seculares redes musicais existentes entre o Brasil e o continente africano. Somente com música instrumental contemporânea brasileira, a grupo harmoniza um ambiente propício a quebrar os limites do improviso e da dança.

E para fechar o calendário, o encontro dos músicos Zeca Collares e Luca Bernar, de São Paulo, está marcado para os dias 28 e 29, com o show "Diálogo Entre Terras". De um lado, o timbre metálico e encantador da viola caipira de Zeca, e do outro, o som macio e acolhedor do piano de Luca. Embora bem diferentes, os dois lados se encontram em um diálogo lírico e musical, de mundos que se aproximam.

Zeca Collares e Luca Bernar (Foto: Divulgação)
Zeca Collares e Luca Bernar (Foto: Divulgação)

Desafio de formar público - Segundo assessor de cultura do Sesc de Mato Grosso do Sul, Francisco Antônio Alves de Araújo, o projeto Concertos Sesc, que possibilita os shows, existe desde 1998 e este ano as atrações foram selecionadas através de edital.

Ao final de cada apresentação, o público é convidado a ter uma proximidade com o artista, tudo bem descontraído, como se fosse realmente um bbate-papo em uma roda de amigos. "Temos um retorno muito bom do público quando o artista compartilha o trabalho dele, é um intercambio, no qual ele conta como fez a música, o que ele representa para o cenário musical do Brasil. O público não sai do teatro indiferente do que ele viu no palco", explica Francisco.

Contudo, ele garante que o segredo para formar um público cada vez mais volumoso é a persistência na programação. "O Estado tem um consumo sertanejo muito grande e por último vem a música popular brasileira de qualidade, de grandes autores, com arranjos e letras sofisticados, obras que pouca gente consome. Não é fácil, mas temos percebido que nossa plateia está crescendo", pontua Francisco.

Os ingressos para qualquer show custam R$ 20 (inteira), R$ 10 (meia, para comerciário, estudantes, idosos e classe artística com a apresentação da carteirinha) e R$ 15 (usuário parceiros do Sesc). Os convites são vendidos na hora hora do espetáculo ou antecipadamente nas centrais de atendimento do Sesc. Todos os shows são realizados no Teatro Sesc Horto, sempre às 20h.

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