ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no Twitter Campo Grande News no Instagram
ABRIL, SEXTA  26    CAMPO GRANDE 26º

Diversão

Repertório na fonte da Ary Coelho muda para agradar gostos, mas nem tanto

Anny Malagolini | 04/01/2013 06:39
Ramona e os filhos, alguns dos frequentadores da Ary Coelho.
Ramona e os filhos, alguns dos frequentadores da Ary Coelho.

Todo dia é assim no fim da tarde na praça Ary Coelho. As buzinas, o falatório diminuem para entrar a música, em uma das quadras mais movimentadas da cidade.

Quem passa por ali já deve ter ouvido e prestado atenção na fonte, instalada com tecnologia depois da reinauguração do espaço. A curiosidade começa com a dança das águas, no ritmo dos acordes.

Para melhor efeito, o mais aconselhado é música clássica, mas “a voz do povo é a voz de Deus”, não teve jeito, e no meio de inúmeros pedidos, a música popular brasileira entrou na playlist.

De acordo com os seguranças que cuidam da praça, os pedidos de músicas são diários, sempre acompanhados de reclamações por conta das canções clássicas: “Música chata, ouvir toda hora enjoa”, é o que mais se escuta.

Então, a solução foi tentar unir o pedido ao ideal. O rock clássico do Queen, o sertanejo mais de raiz, no máximo um Zezé di Camargo e Luciano. Mas não adianta reclamar, arrocha ou outro ritmo mais chiclete não combina, avisam os responsáveis.

Os estudantes Egon Zach, 17 anos, e Jakline Nogueira, 16 anos, não aprovaram a seleção de música da praça, porque só "toca música antiga".  “Tem que ter músicas da atualidade, musica eletrônica, mais comercial mesmo”, pede Egon.

Quem coloca a fonte para dançar é o piscineiro contratado pelo prefeitura. Depois de muita perturbação, ele diz que coloca a música para tocar e sai correndo. Se esconde por conta dos pedidos, que são muitos. “Tem gente que odeia, tem gente que acha interessante, é difícil agradar a todos”, explica.

Ramona Chamorra, 28 anos, é estudante é considera "a música boa pela diversidade de sons". Apesar de não achar ruim, o clássico ainda é o favorito da estudante por combinar mais com o ambiente.

A música e o efeito da fonte se tornaram fundamentais para o viúvo Granville de Souza, 55 anos, que costuma ir à praça no fim do dia como uma forma de se entreter depois que perdeu a esposa.

A surpresa se deu quando a 5° Sinfonia de Beethoven deu lugar às músicas populares. A desaprovação veio na hora. “A música melhorou o ambiente e a clássica vai de acordo com os frequentadores, que na sua grande maioria é de idosos. Aqui não é feito para ouvir qualquer coisa”.

Quem não gostou nada foi um dos principais personagens do Centro de Campo Grande, Paulinho do Radinho. "O repertório é horrível, estão assassinando a praça. Colocam qualquer coisa sem o mínimo de atenção com quem passar por aqui".

Granville de Souza, ouve para esquecer a saudade da mulher.
Granville de Souza, ouve para esquecer a saudade da mulher.
Já Paulinho do Radinho odiou o repertório.
Já Paulinho do Radinho odiou o repertório.
Nos siga no Google Notícias