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Na noite mais curta do ano, grupo medita durante 6h para destruir ilusões

Paula Maciulevicius | 25/02/2017 08:05
Nos tapetes pelo chão, o conjunto busca pela paz, tendo consigo o entendimento de que quem rege a mente é a lua. (Foto: André Bittar)
Nos tapetes pelo chão, o conjunto busca pela paz, tendo consigo o entendimento de que quem rege a mente é a lua. (Foto: André Bittar)

Na noite mais curta do ano, a chuva que caía mansamente parecia trilha sonora da meditação de Shiva. Na trilogia indiana, essa divindade é quem destrói as ilusões para que o novo comece. Em Campo Grande, um grupo se reuniu para meditar das 6h da tarde até a meia-noite e assim voltar a se conectar consigo. 

Instrutora de meditação, professora de yoga e fisioterapeuta, Sandra Cristina Tonini, resume o que há anos pratica e que hoje a Medicina até recomenda como cura para diversos males. "Meditar é a nossa busca por aquietar a mente que conversa o tempo todo, para que a gente possa entrar em contato com que eu sou verdadeiramente". 

A meditação transporta a mente e o corpo para um lugar de paz sem que ninguém saia do lugar. Nos tapetes pelo chão, o conjunto busca pela paz, tendo consigo o entendimento de que quem rege a mente é a lua e nesta noite, ela está em fase de transição.

Meditação foi das 6h à meia-noite. (Foto: André Bittar)
Meditação foi das 6h à meia-noite. (Foto: André Bittar)
Destruidor de ilusões, Shiva queima o que até ontem era verdade, explica instrutora Sandra. (Foto: André Bittar)
Destruidor de ilusões, Shiva queima o que até ontem era verdade, explica instrutora Sandra. (Foto: André Bittar)

A "noite de Shiva", celebração dessa sexta-feira (24), acontece todos os meses, mas em especial a que fica entre fevereiro e março é a que leva o título de mais curta do ano todo e é quando a lua está passando da minguante para a nova. "É onde ela começa de novo o seu poder. Nesta noite fica mais fácil você sentar e se perguntar: Quem sou eu? O que eu quero da minha vida? O que vim fazer aqui?", ressalta Sandra.

Para quem pratica, a meditação é a grande busca para encontrar as respostas das questões acima. "Não é isso que o mundo está me mostrando, que é uma distorção e é o que Shiva faz, é o grande destruidor de ilusões. Quando aquilo não é mais real, não serve mais para mim, vem Shiva e destrói através do fogo", explica a instrutora.

E o que seriam as ilusões? Para responder, Sandra se usa como exemplo, dentro do prédio onde por 15 anos deu aulas. "Já usei esse prédio inteiro e hoje faz um mês que estou só neste espaço. Coloquei as placas de aluga-se, porque eu não quero mais trabalhar tudo o que eu trabalhava. Aquilo é ilusão e foi real para mim durante 15 anos, mas hoje escolhi e não quero mais", exemplifica.

Os participantes eram livres para ir e vir, porque a conexão não dependia do tempo e sim do contato consigo mesmo. (Foto: André Bittar)
Os participantes eram livres para ir e vir, porque a conexão não dependia do tempo e sim do contato consigo mesmo. (Foto: André Bittar)

Quando se destroem as ilusões, se vê que a realidade que a gente conhecia até ontem, pode ruir. "E nós vemos isso acontecendo o tempo todo. As máscaras estão ruindo, os véus. Nós vemos isso na política, na sociedade, ao nosso redor", comenta.

Na prática, a meditação de Shiva alternou, durante seis horas, entre 15 minutos de mantras de Shiva e 15 minutos de meditação silenciosa. "O mantra também é um tipo de meditação, uma forma de aquietar a mente", fala Sandra.

Os participantes eram livres para ir e vir, porque a conexão não dependia do tempo e sim do contato consigo mesmo.

"Uso aquele exemplo: um artista, para subir no palco, ele se veste e se prepara. Quando termina, ele passa no camarim, tira a roupa que ele usou para representar o papel e veste a sua. Mas um dia você sai atrasado e não dá tempo de tirar a roupa do personagem. No segundo dia, isso acontece de novo, até que chega uma hora que eu já não sei se sou o personagem que eu estava representando. Começo a misturar as coisas e meditar é isto: é descer do palco, tirar a roupa, se olhar no espelho e enxergar quem é você de verdade".

Defensora Pública, Valdirene Faria, de 49 anos, era uma das participantes do grupo. Entre yoga e meditações, ela já contabiliza anos de experiências em busca pelo autoconhecimento. "O que mudou em mim? Eu sou muito corrida, ansiosa demais com meu trabalho, que é muito pesado e isso me ajuda a centrar, a me acalmar, a respirar um pouco e me reconectar ao meu eixo", resume.

Quem quiser acompanhar as próximas noites de meditação, pode seguir a agenda no perfil do Equilibrium.

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