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Moda

Com 110 quilos, jovem diz estar fora do “padrão plus size”, mas quer ser modelo

Elverson Cardozo | 02/04/2015 06:23
Paula nunca modelou, mas sempre ouviu elogios. (Foto: Arquivo Pessoal)
Paula nunca modelou, mas sempre ouviu elogios. (Foto: Arquivo Pessoal)

Paula Freitas dos Santos, 24 anos, nunca trabalhou com modelo, mas de tanto ouvir amigos e parentes dizendo que ela leva jeito para a coisa, resolveu apostar. A verdade é que, quando morava em Mirada e atuava como instrutora de curso profissionalizante, a jovem não via a necessidade de investir em uma possível carreira.

Mas, vivendo em Campo Grande como estudante, há um mês em meio, e sem emprego, ela resolveu unir o útil ao agradável e agora procura trabalhos na área. Pesando 110 quilos, distribuídos em 1,69 metro, a estudante diz que quer ser modelo Plus Size. Garante que, gordinha, está fora deste "padrão" até na categoria GG. E, justamente, por isso, tem vantagens frente às concorrentes.

“Não tenho barriga grande e meu rosto não aparenta tanto que sou gorda. Meu quadril e busto são praticamente a mesma medida: 112 centímetros, com 89 de cintura. Visto do 48 ao 50. […] Estou fora do padrão da modinha Plus Size. Se comprar roupa M tenho que mandar ajustar”, argumenta e completa:

Acadêmica diz que é uma "gordinha com curvas" e que foge do padrão Plus Size. (Foto: Arquivo Pessoal)
Acadêmica diz que é uma "gordinha com curvas" e que foge do padrão Plus Size. (Foto: Arquivo Pessoal)

“Eu não sou uma pessoa com muita bunda ou muito peito. Sou equilibrada. Não conheço nenhuma modelo Plus Size com o padrão parecido com o meu”.

Estudo em primeiro lugar - Ela está buscando emprego como modelo porque não quer um emprego "massante" e deseja, este ano, dedicar a maior parte do tempo ao curso de Tecnologia em Processos Gerenciais na UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul).

“Estou tentando outros empregos, mas a carga horária é muito pesada e, como faço faculdade de segunda a sexta e as aulas começam às 18h30, fica corrido. Dependo de ônibus. Nunca vou chegar na hora. E os professores dão falta na primeira aula”, argumenta. “Se for para reprovar e pagar DP não tem lógica. Tem que se dedicar”, acrescenta.

Como modelo Plus Size, imagina, as coisas podem ser diferente. “É mais flexível. Conheço meninas que conseguem conciliar”, diz.

Paula nunca modelou, mas crê que tem potencial e grandes chances de se dar bem porque, além dos elogios que garante receber, se define, ainda, como uma “gordinha com muitas curvas”.

Certa do equilíbrio e do “diferencial de mercado”, ela já procurou uma agência, mas não quis entrar porque ficou desconfiada.

“Fizeram uma proposta legal, não muito cara, mas eu olhei o portfólio deles e não vi nenhuma modelo Plus Size. Eu quero, no mínimo, alguém que mostre as modelos no casting”, explica.

Mercado - Pensando em outras meninas que também procuram a mesma oportunidade, o Lado B procurou o caminho a ser percorrido e o que precisa para ganhar dinheiro como modelo GG.

A “categoria plus”, como define o gerente da TK Models, Carlos Gabriel, 23, vem crescendo. Em Campo Grande, de dois anos para cá, estima, esse aumento vem sendo notado nas agências, com meninas procurando espaço no mercado que, segundo ele, tem portas abertas.

“Aqui no casting da agência temos cinco. Duas são chamadas para trabalhos frequentemente. Fazem fotos, vídeos, inaugurações, passarelas...”, comenta.

O caminho para se tornar uma modelo plus size em nada difere do que uma menina com manequim 34/36 tem de percorrer. O primeiro passo é mesmo procurar uma agência, como fez Paula, mas, antes, a dica é buscar referências sobre a empresa para não cair em cilada.

Depois, é preciso ter em mente que desinibição é um dos requisitos básicos para se trabalhar como modelo. No caso das gordinhas, desprendimento com o corpo é essencial. “Tem que ser bem resolvida. Não adianta ser linda e ter problemas com isso”, diz Carlos.

Na TK Models, a orientação é agendar uma visita pelo celular (67) 9202-0117. Mas há outras agências na cidade, como a Hoffmann Models.

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