ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no Twitter Campo Grande News no Instagram
ABRIL, SEXTA  26    CAMPO GRANDE 32º

Sabor

Em restaurante pantaneiro, só não tem carreteiro quando seu Helinho vai pescar

Paula Maciulevicius | 08/10/2015 08:23
Depois de 12 anos puxando boi em comitiva, ele trocou o "trempe", fogão usado nas viagens, pelo industrial. (Foto: Gerson Walber)
Depois de 12 anos puxando boi em comitiva, ele trocou o "trempe", fogão usado nas viagens, pelo industrial. (Foto: Gerson Walber)

Servido na panela, a comida parece ter vindo das comitivas pantaneiras. Em Campo Grande, tem um cantinho com o sabor de fazenda que só não tem carreteiro e macarrão de carne seca quando o dono avisa: "estou estressado, fui pescar, volto tal dia". A placa já foi colocada por várias vezes ao longo dos 7 anos em que seu Helinho mantém o restaurante na Rua Pedro Celestino. Só neste ano que ela, por enquanto, está guardada. 

Seu Hélio Martins Lopes tem 55 anos de vida e história com o Pantanal. Nascido em fazenda, foi criado neste meio fazendo das panelas, brincadeira de criança. Queimando lata desde guri, como conta, ele faz questão de se paramentar quando percebe a câmera. "Preciso ir lá por meu chapéu".

Depois de 12 anos puxando boi em comitiva, ele trocou o "trempe", fogão usado nas viagens, pelo industrial, primeiro de passagem por Aquidauana, depois, de vez, em Campo Grande. O cardápio é simples na apresentação, sofisticado no paladar. 

Macarrão com carne seca é especialidade da casa. (Foto: Gerson Walber)
Macarrão com carne seca é especialidade da casa. (Foto: Gerson Walber)
É ele quem faz, serve e acerta no caixa. (Foto: Gerson Walber)
É ele quem faz, serve e acerta no caixa. (Foto: Gerson Walber)
Carreteiro não pode faltar. (Foto: Gerson Walber)
Carreteiro não pode faltar. (Foto: Gerson Walber)

Na "Comitiva do Helinho", todo dia tem arroz carreteiro, feijão, salada, arroz branco para quem quer, macarrão com carne seca e batata caramelizada, além do bife passado na chapa na hora. Seu Helinho só não puxa mais boi, porque de resto... E é ele mesmo quem faz a comida, mexe nas panelas, serve marmita e cobra o valor do self service no caixa confiando no cliente. "Foi um almoço e uma Funada", ouve.

Apesar do tamanho das panelas, mal é 12h30 e a comida já está na metade. No sábado o menu muda para caribéu, guisado de mandioca e carne seca, farofa, frango e costela. "E carreteiro, claro. Não tem como não ter, é o que o povo vem atrás", brinca.

Quando pergunto o que muda da comitiva para a cozinha, ele prefere mostrar e monta o trempe. "É assim que se cozinha em comitiva". A diferença está, segundo ele, na praticidade de agora. O sabor, ele jura que continua o mesmo graças ao tempero. "Meu segredo é o alho, só o alho".

A clientela é, na maioria, pecuaristas e gente do meio, que entende quando a placa de pescar aparece. "Não menina, esse negócio de pescar é só uma gozação. Eu coloco quando fecho evento fora, leilão, cavalgada, aí eu fecho e ponho quando volto", explica rindo.

Se não está em fazenda, Helinho traz o gosto dela para cá. O restaurante abre de segunda a sexta, das 11h às 13h30, na Rua Pedro Celestino, 354, em frente do Kifrutas.

Dos tempos de comitiva, ficou o registro da foto estampado no restaurante. (Foto: Gerson Walber)
Dos tempos de comitiva, ficou o registro da foto estampado no restaurante. (Foto: Gerson Walber)
Nos siga no Google Notícias