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Meio Ambiente

Ambientalista de MS que sofreu represália após denúncia recebe apoio em simpósio

Ricardo Campos Jr. | 27/12/2010 13:58

Pesquisadora diz ter sofrido ataques da mídia e da empresa em que atua

Pesquisadores de todo o País, reunidos em um simpósio sobre saúde ambiental no Pará, aprovaram uma moção de solidariedade à pesquisadora sul-mato-grossense Débora Fernandes Calheiros, que denunciou em 2006, os impactos ambientais da construção do pólo siderúrgico de Corumbá.

Segundo informações do Sinpaf (Sindicato Nacional dos Trabalhadores de Pesquisa e Desenvolvimento Agropecuário), Débora foi vítima de “campanha difamatória” pela mídia local e assédio moral dentro da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária).

O sindicato denuncia que a pesquisadora, além dos ataques internos e externos, não recebeu apoio da instituição ao revelar os impactos do pólo industrial.

Confira a menção de apoio do Sinpaf: “Nós, participantes do I Simpósio Brasileiro de Saúde Ambiental, realizado em Belém (PA), entre 06 e 10 de dezembro de 2010, nos solidarizamos com a pesquisadora da Embrapa Dra. Débora Fernandes Calheiros, que atua há mais de 20 anos na área de saúde ambiental (ecologia e ecotoxicologia de ecossistemas aquáticos) por sua dedicação ao trabalho de pesquisa no Pantanal, comprometida com o uso sustentável dos recursos naturais em bases científicas e com o respeito à legislação ambiental, visando à garantia do direito à qualidade de vida e à saúde humanas.

Dada à natureza complexa e multidimensional das inter-relações entre o meio ambiente e a saúde, mediadas pelos padrões de produção e consumo, frutos de relações socioeconômicas e culturais experimentadas pelo atual modelo de desenvolvimento, torna-se cada vez mais necessário desenvolver e aprofundar teorias e técnicas que auxiliem o entendimento das influências do meio ambiente na saúde, forneçam subsídios para a formulação de respostas apropriadas do ponto de vista da Saúde Pública e, dessa forma, possibilitem intervenções consistentes e efetivas através de abordagens integradoras e globalizantes.

A pesquisadora Débora Calheiros contribui incansavelmente para que teoria e prática se integrem e resultem em efetiva adoção de ações e políticas públicas que beneficiem a saúde ambiental e humana. Por isso mesmo, como nos mostra a história das conquistas sociais, a pesquisadora tem enfrentado interesses que buscam se sobrepor ao interesse público, mimetizados na simbologia do sofisma do desenvolvimento, utilizando estratégias há muito repudiadas pela sociedade brasileira.

Por fim, requeremos dos órgãos e instituições públicas o tratamento ético do caso, primando pelo respeito à pluralidade de perspectivas na realização de trabalhos científicos na Embrapa e seu diálogo, direto e imparcial, com a sociedade e suas representações."

O Campo Grande News entrou em contato com a Embrapa Pantanal. Segundo informações repassadas por um funcionário, por causa do recesso, o expediente conta com número reduzido de funcionários e volta do horário de almoço às 14 horas.

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