MP, TCE e prefeitos do norte de MS avaliam envio de lixo para a Capital
Possibilidade foi aventada até que 7 municípios possam contar com um aterro que atenda às suas necessidades
O promotor Luciano Loubet, integrante do Núcleo Ambiental do MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul), e o engenheiro Fernando Bernardes, do TCE (Tribunal de Contas do Estado), reuniram-se com prefeitos de sete municípios do Norte do Estado a fim de buscar uma solução para o fim dos lixões. Provisoriamente, os participantes avaliaram a possibilidade de encaminhar os resíduos para Campo Grande.
O encontro, promovido na segunda-feira (10), avaliou a possibilidade de uma possível redução no preço para disposição final de dejetos no aterro sanitário de Campo Grande, até que seja construído um aterro que atenda aos municípios de Figueirão, Rio Verde, Bandeirantes, Sonora, Pedro Gomes, São Gabriel do Oeste e Alcinópolis.
Segundo Loubet, tratativas intermediadas entre o MPMS, TCE e as prefeituras do interior com a administração da Capital estão avançadas, aguardando resultado de discussão entre a Agereg (Agência Municipal de Regulação de Serviços Públicos) e do conselheiro Jerson Domingos, da Corte de Contas, sobre a possibilidade.
“Estas tratativas estão sendo adotadas no âmbito do ‘Programa Resíduos Sólidos – Disposição Legal’ que envolve o MPMS, TCE-MS e Imasul (Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul) e que em três anos já conseguiu reduzir os lixões de 80% para 43% nos municípios do Estado”, argumentou Loubet.
O aterro sanitário de Campo Grande é administrado pelo consórcio CG Solurb em regime de concessão –a empresa também realiza a coleta domiciliar e seletiva na Capital. Diretor-presidente da Agereg, Vinicius Leite confirmou que há estudos de viabilidade em andamento para que municípios do Cointa (Consórcio Intermunicipal para o Desenvolvimento Sustentável da Bacia Hidrográfica do Rio Taquari, que abarca municípios do norte) possam realizar o transporte e despejo de resíduos sólidos no aterro campo-grandense.
“São cidades que hoje não têm condições de ter um aterro próprio”, explicou ao Campo Grande News. A recepção do lixo vindo do norte do Estado, prosseguiu Leite, teria “impacto insignificante” na capacidade atual do aterro, que diariamente recebe cerca de 990 toneladas geradas na Capital. “Haveria condições perfeitamente porque o volume gerado nesses municípios é insignificante na comparação com o que a Capital produz, não comprometendo as operações”, disse. Municípios como Terenos e Rochedo já destinam, há alguns anos, detritos para o aterro gerido pela Solurb.