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Meio Ambiente

Por dia, 1,4 mil toneladas de sobras de construção vão para o lixo na Capital

Nícholas Vasconcelos | 07/12/2012 19:26
Engenheiro explica que restos da construção civil podem ser usados até na pavimentação da cidade. (Foto: Rodrigo Pazinato/ Campo Grande News)
Engenheiro explica que restos da construção civil podem ser usados até na pavimentação da cidade. (Foto: Rodrigo Pazinato/ Campo Grande News)

“Campo Grande joga dinheiro no lixo”, é o que afirma o engenheiro Ibrahim Godoy da Silva Neto, especialista em reaproveitamento de resíduos da construção civil. A cidade produz diariamente 1,4 mil toneladas de sobras de reformas, construções e ampliações, valor que é o dobro das 700 toneladas de lixo doméstico enviadas todos os dias até o aterro sanitário.

Atualmente, as sobras das construções são recolhidas por empresas que operam as caçambas de entulho, no caso de quem pode pagar. Quem não pode, recorre para carroceiros dos próprios bairros, que despejam o material em qualquer lugar.

As empresas regulamentadas despejam os resíduos em uma área indicada pela Prefeitura, no Jardim Noroeste, mas poderiam ser usados até mesmo na construção de asfalto.

Ibrahim explica que esse material poderia ser usado na base da pavimentação urbana, já que apresenta maior resistência. “Esse material depois de processado pode ser usado na sub-base e melhorar a drenagem e a compactação do pavimento”, detalha. Com uma melhor drenagem e compactação, o asfalto não sofre fissuras e não provoca buracos.

O especialista explica que a técnica de usinagem dos resíduos foi utilizada recentemente na construção da fábrica de celulose Eldorado, em Três Lagoas. As sobras serviram para pavimentar acesso a rodovias e das plantações da fábrica.

Os restos da construção civil não podem ser despejados no aterro sanitário da Capital e o ideal seria que fossem instaladas áreas para receber esse material nas quatro regiões do município. Atualmente, Belo Horizonte, São José do Rio Preto (SP) e Ribeirão Preto (SP) estão entre as cidades do país que regulamentaram o processamento desse tipo de detrito.

Mesmo em uma área especifica em Campo Grande há o risco de contaminação, já que é comum que as caçambas de construção sejam usadas como lixeiras para todo tipo de material. “Precisamos de campanhas para mostrar onde se pode colocar os restos de construção, onde as pessoas podem entregar esse tipo de resíduo”, explicou o engenheiro que participou de um encontro no CREA /MS (Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Mato Grosso do Sul).

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