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Política

"Ninguém lava dinheiro comprando fazenda", diz defesa de servidor preso

Leonardo Rocha e Aline dos Santos | 11/05/2016 11:30
Advogado de Roberto Mariano diz que denúncias estão fora do contexto normal (Foto: Arquivo)
Advogado de Roberto Mariano diz que denúncias estão fora do contexto normal (Foto: Arquivo)

O advogado Hilário Carlos de Oliveira, que faz a defesa do servidor, Wilson Roberto Mariano de Oliveira, o Beto Mariano, e da sua filha, Mariane Mariano de Oliveira, presos pela Polícia Federal, afirmou que teve acesso ao processo contra seus clientes ontem (10), mas adiantou que a acusação "está fora do contexto normal".

"Ninguém lava dinheiro comprando fazenda, lavar dinheiro é escondê-lo, comprar uma fazenda se trata de um documento público", disse o advogado. Ele revelou que o processo entregue tem 3 mil folhas e que a acusação se trata de um grande "invenção". Também citou que seu cliente completa no mês que vem, 39 anos de serviço público.

Beto Mariano é ex-deputado estadual, ex-prefeito de Paranaíba e funcionário de carreira da Agesul desde a época em que se chamava Dersul. Ele era um dos principais assessores da Secretaria de Obras na gestão de Edson Giroto.

Em 2012, chegou a ser cotado para assumir a superintendência regional do DNIT (Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transporte). Uma das justificativas para a indicação era de que ele era um dos principais colaboradores de Giroto na Secretaria de Obras.

"Será que a vida dele foi só bandidagem? Ele tem fazenda, tudo bem, mas ela não pode ser herança, ou ele ter adquirido o bem, sendo alguém com mais de 60 anos?", questionou o defensor. O advogado vai seguir esta linha de tentar contestar as acusações feitas nesta segunda fase da Operação Lama Asfáltica.

A segunda fase foi realizada ontem (10), com a apuração de desvio de recursos públicos, no valor de R$ 44 milhões (duas fases), onde teria sido formada uma rede de "laranjas", composta por familiares e terceiros de servidores e empresários, para lavagem de dinheiro. De acordo com a Polícia Federal, os valores foram transformados principalmente em fazendas, no total de 67 mil hectares em Mato Grosso do Sul.

Esta fase foi batizada de "Fazenda da Lama", que desencadeou a prisão de 15 pessoas, com bens bloqueados de 24 investigados. De acordo com a CGU (Controladoria-Geral da União), o valor de R$ 44 milhões (desvio), se trata da soma das duas fases, em relação a contratos no valor de R$ 2 bilhões. A prisão dos envolvidos é temporária, com validade de cinco dias, podendo ser renovada.

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