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Política

Advogado aciona cúpula do MPE contra promotor da Coffee Break

Ricardo Campos Jr. | 16/02/2016 18:18
Fabiano procurou MPE para mudar depoimento (Foto: Fernando Antunes)
Fabiano procurou MPE para mudar depoimento (Foto: Fernando Antunes)

O advogado Renê Siufi, que representa quatro vereadores e o ex-governador André Puccinelli (PMDB) nas investigações da Operação Coffee Break, entregou nesta terça-feira (16) ao procurador-geral de Justiça de Mato Grosso do Sul, Humberto de Matos Brittes, pedido de providências contra o promotor Marcos Alex Vera, que conduziu o caso no Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado).

Conforme Siufi, Alex teria sonegado provas à defesa, como por exemplo o depoimento do guarda municipal Fabiano Neves, que agora diz ter sido coagido e chantageado supostamente a mando do prefeito Alcides Bernal (PP) para adicionar fatos ao ser ouvido.

“Quando eu requeri no Gaeco os autos logo depois que os vereadores foram ouvidos, me foram negadas peças do processo. Depois eu entrei com uma ação, eles forneceram cópias, mas faltou o depoimento do Fabiano, que depois eu vim descobrir que estava com ele”, conta o advogado.

Além disso, Siufi aponta outras falhas nas investigações, como por exemplo o não recolhimento dos celulares de Bernal e do vereador Cazuza.

No pedido, o advogado pede que a cúpula do MPE ouça o Fabiano, o advogado Antônio Trindade, uma secretária do Gaeco e o próprio Marcos Alex. “Pode haver fatos novos que mudem o relatório final”, pontua.

Mudança - Na manhã desta terça-feira, Fabiano foi à sede do grupo, acompanhado pelo advogado Diogo Godói. Contudo, não prestou novo depoimento porque, segundo o promotor, não haveria como se retratar por algo que não disse.

No caso, a ligação do ex-governador André Puccinelli (PMDB) com o suposto esquema para cassação. “Não estou entendendo nada. Ele não cita o nome do André Puccinelli. Parece conversa de bêbado”, afirma Marcos Alex.

Apesar de a possibilidade do depoimento ter sido forjado em benefício de Bernal, o promotor afirma que o relato de Fabiano não é o único elemento de prova. “É um elemento de prova junto com os demais. Tem interceptação telefônica, análise de mensagens de texto, análise de dados bancários e fiscais. O depoimento reflete reuniões, confirmada em parte por outros depoimentos”, diz.

O relatório da Coffee Break, que atualmente está na PGJ (Procuradoria-Geral de Justiça), aponta o envolvimento de dois ex-prefeitos, empresários e 13 vereadores na suposta compra de votos para cassar o mandato de Bernal. O documento deu entrada na PGJ em dezembro e agora aguarda dados bancários.

Em seguida, o MPE decide se faz denúncia à Justiça. A operação foi realizada em 25 de agosto e resultou no afastamento de Gilmar Olarte (PP) do comando da prefeitura.

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