Assembléia quer divulgação de critérios sobre Copa
O tema dominou a primeira sessão da Assembléia Legislativa, depois do anúncio das 12 subsedes da Copa do Mundo de 2014 no Brasil.
Entre o tom indignado da bancada governista e de ataques da oposição ao governador André Puccinelli, o consenso foi a necessidade de cobrar da CBF explicações detalhadas sobre quais critérios foram considerados para que Cuiabá vencesse Campo Grande na disputa.
O petista Amarildo Cruz lembrou dos danos que a decisão de domingo deve causar aos sul-mato-grossenses e diz que o governo perdeu a chance de trazer a grande oportunidade de divulgação do Estado internacionalmente.
Ele destacou que desde o início todos sabiam que os critérios da Fifa não seriam técnicos. E que houve um equívoco atrás do outro na campanha. "O Governo do Estado teve desempenho pífio", lamentou
Até o presidente da casa, deputado Jerson Domingos (PMDB) entrou no debate para defender a campanha realizada pelo Estado e atacar o "jogo de cartas marcadas", encabeçada pela CBF e Fifa.
"Minha proposta é enviar requerimento à CBF exigindo a divulgação dos critérios que foram levados em conta", defendeu Jerson.
O prefeito de Cuiabá, Wilson Santos, também foi alvo das críticas. Depois da vitória cuiabana, ele mandou o governador André Puccinelli "chupar manga bordon".
"Isso é um desrespeito a todo o Estado", argumentou o deputado Youssif Domingos (PMDB), cobrando uma posição formal também do prefeito Nelsinho Trad, já que Campo Grande foi "ofendida".
O líder do governo, também recorreu à novela para mandar recado ao Mato Grosso. "Tem de fazer como na novela Dona Beija. As mulheres, com, inveja, mandaram uma caixa com esterco para ela e Dona Beija respondeu com as melhores flores que ela tinha no jardim, justificando que era o que de melhor ela tinha para dar. Mandaram a gente chupar manga, vamos mandar os parabéns", concluiu.
Os deputados também lembraram em plenário, artigos e reportagens nacionais que trataram da escolha, a maioria reforçando o jogo envolvendo a decisão.
"Estelionato", "maracutaia", "engodo", foram só alguns dos adjetivos usados.
Jerson Domingos arriscou uma pista de quando a preferência por Mato Grosso começou. "A bancada sul-mato-grossense assinou o requerimento para criação da CPI da CBF no Congresso, a de Mato Grosso não", lembrou sobre a frustrada tentativa de investigação em 2007.
A comissão chegou a ter as assinaturas suficientes, mas parlamentares retiraram os nomes da lista, inclusive, vários de Mato Grosso do Sul.
A polêmica trouxe à tona, novamente, a mudança de nome do Estado. "Todo mundo confunde, dos mais humildes, aos mais esclarecidos. Se tivesse o nome Pantanal, queria ver se a Copa iria para Cuiabá", reforçou Amarildo Cruz.