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Política

No Gaeco, Mario Cesar dá detalhes da cassação e versão do “cafezinho”

Paulo Yafusso | 28/08/2015 19:02
Vereador Mário César, ao sair da sede do Gaeco após prestar depoimento (Foto: Marcos Ermínio)
Vereador Mário César, ao sair da sede do Gaeco após prestar depoimento (Foto: Marcos Ermínio)

No depoimento prestado aos promotores que atuaram na Operação Coffee Break, o presidente afastado da Câmara Municipal, vereador Mário César (PMDB) dá detalhes do esquema para cassar Alcides Bernal (PP) em março do ano passado. Ele também dá a sua versão sobre o “cafezinho” que, segundo os investigadores da Operação Lama Asfáltica, seria “propina” paga pelo empreiteiro João Alberto Krampe Amoim dos Santos.

Mário César foi um dos últimos a deixar a sede do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) na última terça-feira, durante a Operação Coffe Break. Aos promotores Fernando Martins Zaupa e Marcos Alex Vera de Oliveira, coordenador do Gaeco, explicou como se deu o processo de cassação de Alcides Bernal, mas nega pagamento aos vereadores para votarem a favor do afastamento do pepista do cargo de prefeito.

Ao ser questionado pelos promotores quem seriam os “mosqueteiros” a que ele se referia na conversa mantida com João Amorim às 8h52 do dia 12 de março, data em que seria votada a cassação de Alcides Bernal, Mário César diz que são Alcides Bernal, Pedro Chaves e Delcídio do Amaral. O então presidente da Câmara diz ao empresário que tudo daria certo mas que precisariam conversar que os “mosqueteiros” deram trabalho. Segundo ele, o trio estava trabalhando para “formar uma coalizão que evitasse a cassação”.

Mário César também revela quem é o “Goiano” que, segundo as investigações, teria tido papel importante no processo que tirou Bernal da Prefeitura. Essa figura, segundo o vereador, é Gilmar Olarte. Ele disse aos promotores que nas conversas em que ele se refere a conversar com o Goiano, seria para realizar reuniões com a finalidade de definir planos para uma eventual administração de Olarte. O peemedebista afirma que na época, todos já tinham como certo a cassação de Bernal.

Os depoimentos revelam ainda a proximidade dele com o empreiteiro João Amorim que, para os investigadores da Lama Asfáltica, teria operado o esquema para tirar Alcides Bernal da Prefeitura. A Lama Asfáltica foi deflagrada no último dia 9 de julho pela Polícia Federal, CGU (Controladoria Geral da União), Receita Federal e MPF (Ministério Público Federal), para apurar desvio de recursos federais mediante corrupção de servidores estaduais e fraudes em licitações.

Mário César nega que o termo “cafezinho” usado nas conversas telefônicas interceptadas durante a Operação Lama Asfáltica se refira a propina. Mas não disse do que se tratava quando usavam esse termo. O vereador confirmou que em vários momentos conversou com Amorim sobre o seu partido, o PMDB, principalmente sobre a ocupação de cargos na administração de Olarte. Mas garante que o Partido acabou não tendo espaço na administração do pastor.

Um trecho do depoimento que pode trazer complicações ao presidente afastado da Câmara, é quando ele diz que a pedido de João Amorim procura Alcides Bernal para falar sobre o pagamento da Prefeitura à CG Solurb, consórcio responsável pelo serviço de coleta e tratamento de lixo na Capital. Ele diz que ao comentar “a cada flash uma notícia” e “a cada parada um suco, uma melancia”, estava dizendo ao empreiteiro que ele não receberia todos os atrasados de uma só vez, mas em etapas.

O MPE (Ministério Público Estadual) entregou à Câmara Municipal cópia dos depoimentos de todos os 9 vereadores que foram conduzidos coercitivamente à sede do Gaeco para serem ouvidos sobre a cassação de Alcides Bernal. O presidente afastado Mário César não foi encontrado para falar sobre o assunto. O advogado dele, Leonardo Saad Costa, disse que só na segunda-feira o vereador vai se manifestar.

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