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Política

Nova debandada frustra tentativa de criar CPI do Câncer pela segunda vez

Requerimento para a instalação da CPI do Hospital do Câncer chegou a ter 13 assinaturas, mas vereadores recuaram e restaram apenas 9; requerimento só seria aprovado com 10 nomes

Carlos Martins | 02/04/2013 13:43
Vereador Alex do PT decidiu votar desta vez pela criação da CPI, mas assinaturas foram insuficientes (Foto: Vanderlei Aparecido)
Vereador Alex do PT decidiu votar desta vez pela criação da CPI, mas assinaturas foram insuficientes (Foto: Vanderlei Aparecido)

A CPI do Hospital do Câncer não será instalada pelo Câmara Municipal de Campo Grande. Depois de muita discussão na sessão desta terça-feira, os vereadores favoráveis à investigação até conseguiram mais quatro votos, mas no final, com o recuo de dois vereadores que haviam votado antes favoravelmente e decidiram mudar o voto e de mais dois que assinaram pela CPI e também recuaram, o resultado acabou ficando mesmo em 9 assinaturas, mesmo número verificado na sessão da semana passada (26.03) e que foi insuficiente, já que seriam necessários pelo menos 10 nomes.

Para o presidente da Câmara, Mário César, a não instalação da CPI do Hospital do Câncer – e não CPI da Saúde, ele ressaltou - não significa que o Legislativo não acompanhará as investigações que estão sendo conduzidas pela Polícia Federal e pelos Ministérios Públicos Federal e Estadual, já que foi nomeada uma Comissão Especial composta por 9 vereadores. “Com o adiantar de toda a fiscalização feita pelo Ministério Público e Polícia Federal desde 2009, entendeu-se na última semana formar a uma comissão mista com mais quatro vereadores para fazer o acompanhamento”, explicou.

O requerimento para a instalação da CPI do Hospital do Câncer chegou a ter 13 assinaturas. Além das 9, obtidas na sessão da terça-feira passada, votaram hoje a favor os vereadores Alex do PT e João Rocha (PSDB). Também votaram favoráveis à criação da CPI os vereadores Paulo Siufi e Coringa, que não tinham assinado anteriormente o requerimento, e que decidiram recuar após as discussões. Os vereadores Eduardo Romero e Paulo Pedra (PDT), que antes tinham votado a favor, mudaram o voto. Além de Alex do PT e João Rocha que assinaram hoje, mantiveram o voto os vereadores Zeca do PT, Luiza Ribeiro (PPS), Ayrton Araújo (PT), professora Rose Modesto (PSDB), Cazuza (PP), Chocolate (PP) e Gilmar da Cruz (PRB).

Pesou na decisão de não criar a CPI o entendimento dos vereadores de que a contribuição do Legislativo seria pouco produtivo, devido ao que já foi apurado desde 2009. Além disso, o Conselho Curador do Hospital do Câncer conversou com a presidência da Câmara alertando para a politização do caso, que já resultou na queda de arrecadação, com mais de 600 doadores deixando de contribuir, e isso poderia predicar principalmente a população mais carente que necessita de atendimento no hospital.

“Se tivesse a CPI, o trabalho resultaria num relatório que seria encaminhado para o Ministério Público e Polícia Federal. E desde 2009 esse trabalho já vem sendo realizado por estes órgãos. A Câmara entendeu que a Comissão Mista de Saúde irá trabalhar a contento e acompanhará o trabalho tanto do MP como da PF”, justificou o presidente da Câmara, Mário César. A Comissão Permanente de Saúde é formada pelos vereadores Paulo Siufi (PMDB), Elizeu Dionísio (PSL), Dr. Jamal (PR), Grazielle Machado (PR) e Coringa (PSD) e recebeu o reforço de mais quatro vereadores: Zeca do PT, Gilmar Neri da Cruz (PRB), João Rocha (PSDB) e Luiza Ribeiro (PPS).

O vereador Alex do PT, que foi cobrado porque na sessão da última terça-feira, foi justamente o seu voto que faltou para que a CPI fosse aprovada, disse hoje que resolveu mudar o voto por causa das cobranças que o Ministério Público fez à Câmara para que não se omitisse e criasse a CPI. Ele se referiu a reunião que a Comissão Permanente de Saúde fez com o corregedor geral do Ministério Público, Mauri Valentim Riciotti e a promotora Paula Volpe, ocasião em que foi entregue para o MP um ofício solicitando informações sobre o caso. Por não ter voltado a favor da CPI na semana passado, Alex do PT disse que foi cobrado. "Sofri cobranças não só do prefeito [que queria a aprovação da CPI}, mas também do senador Delcídio [do Amaral], de outros parlamentares e até da população", disse o vereador.

“O corregedor disse que a Câmara não deveria se omitir”, disse Alex do PT. Ele explicou que, quando não votou a favor, é porque havia um entendimento que o MP e a PF já estava investigando e também uma CPI poderia prejudicar ainda mais o Hospital do Câncer. “Só que o próprio hospital não emitiu nenhuma nota, não se manifestou informando se havia falta de medicamente e que poderia haver o fechamento diante das investigações. Por isso resolvi votar a favor porque se existe alguma irregularidade deve ser investigada e os responsáveis devem ser punidos”, explico.

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