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Economia

Restrito a Dourados e outras 2 cidades, consumo de “super arroz” cresce no Brasil

João Humberto | 02/01/2011 14:51

Em andamento no Brasil desde 2008, o projeto do “Ultra Rice” começa a dar os primeiros passos para ganhar mais espaço no país. Restrito até agora aos municípios de Dourados, Sobral (CE) e Indaiatuba (SP), o projeto chegará a mais quatro cidades do norte de Minas Gerais a partir de fevereiro e poderá abranger todos os 60 municípios da região em 2011.

A tecnologia do “Ultra Rice” foi desenvolvida pela empresa Bon DenteInternational, que a criou em 1989. Consiste em utilizar uma base de farinha de arroz, adicionar nutrientes para combater a desnutrição alimentar - como zinco, ácido fólico e ferro, entre outros - e deixar o composto no formato de um grão de arroz para ser misturado ao arroz convencional.

Em 1997, a companhia doou a patente para o PATH, organização não governamental americana financiada pela fundação Bill & Melinda Gates. Nos últimos cinco anos, a ONG investiu cerca de US$ 10 milhões, aportados pela fundação, para fazer adaptações no processo de produção. Outros US$ 3 milhões foram investidos em 2010 e mais US$ 5 milhões virão em 2011 na tentativa de expandir o programa ao redor do mundo.

As pesquisas da ONG indicam que o "Ultra Rice", adicionado na proporção de 1% ao arroz convencional, é capaz de reduzir a incidência de anemia em populações de baixa renda. Quando ingerido por mulheres grávidas, garante a organização, evita a má formação de recém-nascidos e reduz a mortalidade.

A expansão do projeto no Brasil deve-se, em parte, à parceria feita entre o PATH e a UFV (Universidade Federal de Viçosa), pela qual a instituição de ensino será a responsável por difundir a tecnologia para toda a América Latina. A ONG transferiu a metodologia de produção do "Ultra Rice" para a instituição, que ficará encarregada de licenciar a tecnologia para as empresas interessadas em produzir o composto nutricional.

Sérgio Segall, coordenador da PATH no Brasil, diz que a ONG procura prefeituras de municípios onde existe uma carência nutricional para utilizar o “Ultra Rice” nas escolas. “Mapeamos o norte de Minas e identificamos um sério problema de anemia na região".

Segundo Segall, o avanço não é maior porque tem sido mais difícil convencer os formuladores das políticas públicas a adotar o produto na refeição em escolas do que atrair parceiros para produção. Para as prefeituras e governos, a adoção do arroz fortificado nas refeições implicaria custo adicional de 3% a 4% sobre os gastos atuais na aquisição do arroz convencional.

Hoje, a “Ultra Rice” é produzido apenas pela AdorellaAlimentos e os custos ainda são pagos pela PATH. A ideia, contudo é encontrar novos interessados. (Com informações do Valor Econômico).

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