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Capital

Motoristas de 18 a 25 anos formam grupo de risco nas ruas

Paula Vitorino | 09/07/2012 20:57
Jovem entrou na contramão pela Afonso Pena e bateu em caçamba.
Jovem entrou na contramão pela Afonso Pena e bateu em caçamba.

Mesmo recém-habilitados, os jovens na faixa etária entre 18 e 25 anos aparecem em 45,7% dos acidentes de trânsito registrados em Campo Grande neste ano, segundo dados da Ciptran. Nos últimos meses, sequência de acidentes envolvendo adolescentes, vários com mortes, deixou os campo-grandenses em alerta. Motorizada, a juventude virou grupo de risco pelas ruas da cidade.

Só na madrugada desta segunda-feira (9), foram registrados dois acidentes provocados por imprudências ao volante. Naiane de Melo Nunes, de 19 anos, morreu após a condutora do carro em que estava, com outros quatro adolescentes e jovens, perder o controle e invadir o canteiro central da avenida Mato Grosso.

A condutora admitiu à Polícia que bebeu antes de dirigir e estava em alta velocidade. Na avenida Afonso Pena, outro jovem condutor bateu o veículo contra uma caçamba após dirigir pela avenida na contramão.

“A idade é um momento de transição, de autoafirmação. Às vezes esse jovem já vem de uma família que há muito permissividade dos pais e aí acaba trazendo isso para o trânsito, não respeitando as leis”, avalia o comandante da Ciptran, Alírio Vilassanti.

Ele também alerta que o excesso de velocidade aparece como o principal causador de acidentes na Capital. Na maioria dos casos, o consumo de bebida alcoólica também está presente e os acidentes ocorrem nos fins de semana.

“Faz parte da cultura do povo beber em festas e depois dirigir”, diz.

De acordo com dados da Ciptran, foram aplicados 222 autos de infração por dirigir embriagado no período de janeiro até junho deste ano, além de 91 condutores encaminhados para a Delegacia por crime de trânsito.

O auto de infração é aplicado quando o índice de álcool registrado por litro de sangue, por meio do teste do bafômetro, é intermediário entre 0,15 e 0,35 mg/l ou o motorista se nega a fazer o exame. Ele tem a carteira de motorista apreendida e assina termo de compromisso.

Acima desta quantidade, é considerado crime e o autor é conduzido para delegacia para responder pela infração.

O comandante alerta que três copos de cerveja podem representar o índice, dependendo do tipo físico de cada pessoa. “O importante é nunca beber antes de dirigir, porque qualquer que seja a quantidade ingerida já é suficiente para modificar a personalidade e os sentidos da pessoa”, alerta.

Punição - Com o objetivo de conscientizar os jovens condutores, a Ciptran está estudando projeto ficado nos universitários. Além disso, o comandante lembra que a Polícia está sempre desenvolvendo blitze e campanhas educativas em parceria com outros órgãos.

Oram 187 blitze neste ano em diversos pontos da Capital, sendo muitas nos altos da avenida Afonso Pena, onde se concentram os bares.

O comandante também acredita que a aprovação de legislação mais rigorosa ao motorista imprudente e embriagado vai ajudar no trabalho preventivo da Polícia.

“Quanto mais rigorosa a legislação, mais embasamento para a fiscalização. Uma legislação mais forte, mais severa, vai ajudar na redução desse crime”, avalia.

Nova legislação de trânsito, que prevê punições mais severas a motoristas embriagados, está em tramitação na esfera federal.

Na avenida Mato Grosso, rastos de acidente que matou um (Foto: Simão Nogueira)
Na avenida Mato Grosso, rastos de acidente que matou um (Foto: Simão Nogueira)
Na Afonso Pena, camioneta capotou após atingir poste. O motorista morreu (Foto: Simão Nogueira)
Na Afonso Pena, camioneta capotou após atingir poste. O motorista morreu (Foto: Simão Nogueira)
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