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Capital

Sem sinalização, quebra-molas viram problema, piorado pela velocidade em excesso

Paula Maciulevicius | 24/07/2012 15:04
No quebra-molas da avenida Tamandaré, o sexto da via, além da faixa refletiva estar apagada, a placa para quem segue para o centro está ao chão. (Foto: Rodrigo Pazinato)
No quebra-molas da avenida Tamandaré, o sexto da via, além da faixa refletiva estar apagada, a placa para quem segue para o centro está ao chão. (Foto: Rodrigo Pazinato)

Os quebra-molas pelas ruas e avenidas de Campo Grande andam meio ‘apagadinhos’. Eles continuam lá, embora alguns motoristas acreditem que eles surgem do nada, principalmente quando se está em alta velocidade.

Uma volta de carro com atenção no trânsito faz saltar aos olhos, além da imprudência de motoristas, muitos detalhes. Hoje a equipe do Campo Grande News percorreu ruas onde há quebra-molas da cidade. Sentiu os solavancos que os veículos dos mais apressados sentem, ou daqueles que só perceberam o redutor quando já está em cima dele.

Das mais novas, aquelas de travessia elevada, às mais antigas, como as instaladas em uma das avenidas campeãs de quebra-molas, a Tamandaré, a tinta ficou no pneu dos veículos ou são as marcas de frenagem que apagaram o amarelo das faixas refletivas.

Na rua General Nepomuceno, antes de a via começar a chamar Tamandaré, por exemplo, a travessia elevada em frente a escola, um misto de faixa de pedestres e quebra-molas, leigamente falando, já está quase se deteriorando por completo.

“Está apagando, já fizemos reivindicação por causa da escola. Mas o fluxo daqui é de muitos carros, então apaga rápido e eles aproveitam o embalo do sinal verde e vem com tudo”, relata o zelador Carlos Alberto de Arruda, 47 anos.

O trânsito segue à frente e o Campo Grande News também. A avenida Tamandaré tem desde a altura da rua Fernando de Noronha até à UCDB (Universidade Católica Dom Bosco) oito quebra-molas. E o que se vê ao longo do trajeto são restos de faixas já desgastadas pelo tempo ou pela velocidade do tráfego.

Por toda avenida, dos oito quebra-molas, seis deles estão assim, a tinta apagada. (Foto: Rodrigo Pazinato)
Por toda avenida, dos oito quebra-molas, seis deles estão assim, a tinta apagada. (Foto: Rodrigo Pazinato)

Pela região da saída para Rochedo, passam carros de passeio e muitos caminhões. O que prevalece ao chão, mas já com os dias contados, é a faixa dupla contínua, que em um determinado trecho, acompanhando apenas o asfalto, tem um leve sobe e desce, mostrando que ali tem em quebra- mola.

O primeiro deles, próximo a rua Fernando de Noronha, tem placa advertindo. É visível e não tem o que questionar. Mas no chão... “Está ruim, quase apagando. Tinha que mostrar né? Para ver de longe aquele amarelinho. Para quem não é acostumado, é um perigo”, explica o pedreiro Sérgio da Silva, 41 anos, que seguia de bicicleta pela via.

Dos oito quebra-molas, da avenida Tamandaré, apenas dois estão em bom estado. O restante segue quase inexistente para um trânsito onde a maioria dos acidentes são causados pela imprudência e excesso de velocidade.

No terceiro quebra-mola, o primeiro após a rotatória, a pista nem parece tem elevação para conter a velocidade. As faixas que deveriam gritar de longe o amarelo, estão quase na cor do asfalto.

Arlindo Afonso Vilela, 50 anos, é motorista e motociclista. Utiliza como locomoção dos dois meios, de duas e quatro rodas. “Precisava sinalizar melhor, chamar mais atenção, quando vê já está nele e “boom”. Ou pinta ou substitui por radar”, opina.

O motociclista Marcelo Rodrigues presencia dia sim, outro também, vários acidentes e põem parte da culpa na falta da sinalização completa. (Foto: Rodrigo Pazinato)
O motociclista Marcelo Rodrigues presencia dia sim, outro também, vários acidentes e põem parte da culpa na falta da sinalização completa. (Foto: Rodrigo Pazinato)

Mas o que chama atenção é o sexto quebra-molas, que além da faixa de alerta ser inexistente, a placa de aviso para quem segue em direção ao centro está caída ao chão.

“Todo dia tem acidente por aqui. Não tem sinalização, o povo não enxerga. Só quem conhece sabe como é, isso se prestar atenção”, alerta o motociclista Marcelo Rodrigues, 48 anos.

A falta de sinalização não é privilégio apenas da Tamandaré. Na avenida Coronel Antonino, saída para Cuiabá, são três quebra-molas quase que seguidos que podem passar ‘batido’, se o motorista não estiver muito atento. A via é também uma das de maior movimento de carros de passeio e de veículos pesados. Em uma questão de segundos ali é possível ouvir os solavancos dos carros.

Seguindo pela região central, na avenida Capital, dois quebra-molas seguidos estão sem o colorido da faixa. No último deles, até uma das placas de sinalização está em falta. Acostumado a ouvir os barulhos dos veículos passando por ali com tudo, o mecânico Celso Moura de Matos, 47 anos, sabe pelos anos de experiência, os danos que a falta de atenção podem causar.

Na avenida Coronel Antonino, as placas estão no local, mas o colorido do quebra-molas se perdeu com o passar dos pneus. (Foto: Rodrigo Pazinato)
Na avenida Coronel Antonino, as placas estão no local, mas o colorido do quebra-molas se perdeu com o passar dos pneus. (Foto: Rodrigo Pazinato)

“Tudo isso no chão, esses riscos, são peitos de aço de quem passou e bateu. Precisa dar mais visão aos motoristas, principalmente para as motos, as que mais se acidentam”, diz.

As autoridades de trânsito não têm olhos em todos os lugares e dependem e muito da atenção dos motoristas e do alerta da população. A Agetran (Agência Municipal de Trânsito) explica que o serviço de manutenção das sinalizações é diário, mas trabalha na medida do possível.

O diretor de Fiscalização da Agetran, Janine de Lima Bruno ressalta que as faixas refletivas dos quebra-molas sofrem desgaste maior porque estão em transversal e acabam sendo atingidas por todos os pneus.

“Todo veículo que vai passar freia e gera um atrito muito maior com a faixa do que as demais sinalizações”, completa.

Pedestres, motoristas, ciclistas e motociclistas, podem alertar as autoridades quando as sinalizações estiverem apagadas pelo telefone 118.

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