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Desafio político: Dourados, cidade esburacada

Por Tácito Loureiro (*) | 06/01/2011 10:00

Contra fatos não existe argumento. Nas férias, retornei ao Mato Grosso do Sul e visitei rapidamente Dourados. Com espanto e indignação, encontrei o descaso público: várias ruas e avenidas esburacadas. O asfalto simplesmente está horrível em diversos pontos da cidade.

Em geral, salvo raríssimas exceções, Prefeitos admitem a construção e manutenção de asfaltos de péssima qualidade. Com isso, as reformas são necessárias. A coisa não é bem feita de propósito. Trata-se de intenção ilícita com a finalidade de desviar dinheiro público.

O próximo Prefeito de Dourados, Murilo Zauith (do prestigiado partido político Democratas), é formado em Engenharia Civil. Caso na Administração Municipal dele a pavimentação asfáltica seja ruim, a sociedade não deverá nunca mais elegê-lo para cargo eletivo. Porque será a demonstração de dupla incompetência, quer pela condição de Prefeito ou Engenheiro Civil.

Ninguém é obrigado a fazer o impossível. A dificuldade de fazer asfalto bom é mentira. Em diversos locais do mundo, as ruas e avenidas permanecem intactas. Sem buracos, por muitos e muitos anos. Assim, cada obstáculo encontrado no trânsito representa a grave omissão do Poder Público.

Uma idéia inteligente, por exemplo, é a Prefeitura de Dourados buscar o “asfalto poderoso” criado pela Escola Politécnica, da Universidade de São Paulo (USP). Outra é o chamado “asfalto ecológico”, comum hoje em dia na Alemanha. Além disso, é necessária a instalação de galerias de águas pluviais, que escoem a água da chuva pelos bueiros abertos juntos ao meio fio.

Não é preciso ir longe. No endereço eletrônico da Internet http://www.proasfalto.com.br existem, por exemplo, as informações valiosas do Programa Asfalto na Universidade. São sobre a pavimentação asfáltica. Murilo Zauith, se for inteligente, certamente encontrará a solução inteligente para Dourados. Assim, passará a imagem de administrador público competente no trabalho que realizará.

Cabe aos intelectuais locais denunciarem também os desmandos da Prefeitura. As universidades assumem vital importância nesse sentido. Será interessante se vier de dentro delas a crítica contundente. Seja em relação ao asfalto ou até mesmo sobre outros temas importantes. Ou, a nosso ver, Dourados continuará refém de uma classe política corrupta e despreocupada tanto com a coisa pública quanto com a qualidade de vida da população.

Acredita-se que pessoas conscientes exerçam a cidadania plena. Isto é, de algum modo colaborem com o Poder Público. Este artigo tem este objetivo: colaborar com a gestão pública na democracia.

Quando se passa pelo asfalto esburacado a impressão é que há um grande “buraco intelectual” local. É o espaço da cidadania desocupado por intelectuais e outras pessoas informadas, mas omissas.

Enfim, espera-se que Murilo Zauith seja profissional naquilo que fará em Dourados, nos próximos anos. Dessa forma, se diferenciará de políticos ladrões e medíocres. Porque destes o mundo já está cheio demais. A sociedade douradense está cansada e quer distância.

(*) Tácito Loureiro é advogado.

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