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Operações contra o Incra

Por José Tibiriçá Martins (*) | 26/02/2011 10:09

Ontem foi noticiado que será realizada uma operação pela Polícia Federal contra quadrilha acusada de desvio de recurso do INCRA no Estado do Maranhão, nos mesmos moldes daquela quadrilha que foi pega em Mato Grosso do Sul, recentemente, com a prisão de um superintendente, funcionários de carreira do órgão, nos mesmos métodos. Pessoas que foram contratadas para ajudar a implantar a reforma agrária, mas estavam resolvendo seus problemas pessoais.

Na década de 70, quando fui o Coordenador do Projeto Rondon da Região Sul, o Incra tinha como Executor o Coronel Clóvis, este órgão sempre dava apoio às operações especiais, através de viaturas para o transporte dos Rondonistas que vinham prestar serviços nas férias do final do ano nos nossos municípios. Era um órgão respeitado, porque seus gerentes eram homens respeitados, o que não vem acontecendo hoje, pois são colocados à sua frente pessoas sem qualificação moral, vide os últimos que foram demitidos em nosso estado por estarem envolvidos em falcatruas nos assentamentos, conforme se noticiou. Hoje é um órgão que necessita de uma revisão nas suas funções, pois os miseráveis trabalhadores que têm vocação para a terra, não encontram apoio para serem assentados, porque muitos políticos desonestos têm mudado a sua finalidade.

Em Dourados, há seis anos completados ontem, dia 24 de fevereiro, um grupo de políticos interesseiros em encher o bolso de dinheiro, com apoio de um servidor contratado para tal, criaram uma associação, a ARQDEZ, redigiram o ofício no 001/05 e seis pessoas, sendo quatro netos e dois bisnetos, descendentes de Dezidério Felipe de Oliveira, orientados pelo tal servidor do órgão, assinaram o referido documento se autodefinindo como remanescentes das comunidades dos quilombolas, cujo documento foi protocolado e recebido pela agente de portaria do Incra-MS em 02/03/2005. Este advogado foi contratado e pago pelo governo Zeca, cujo nome é José Roberto Camargo de Souza, também negro, vulgo Zezão que permaneceu no governo André até o final do seu primeiro mandato, o qual ficou à disposição do Incra no setor quilombola.

Em artigos o denunciei, pois os produtores estavam pagando o salário de um servidor para trabalhar contra os próprios produtores, cuja discussão foi levada para reunião do sindicato rural de Dourados, presentes representantes da Famasul, órgão que em nada nos ajudou até agora com relação aos movimentos quilombistas, apenas leva parte do dinheiro que pagamos ao CNA. Para nosso conforto esse problema esta na fase administrativa e os produtores estão conseguindo decisões favoráveis na justiça federal com suas exclusões em todas as varas, o que os deixa confortáveis para trabalhar, mas não conseguem efetuar transações pelo medo dos pretensos adquirentes.

Devido a esses fatos, hoje existe uma preocupação na substituição dos novos mandatários do Incra, também aqui em nosso Estado do Mato Grosso do Sul, pois cada administração que muda a nível federal, sempre se faz as substituições, colocando pessoas de sua confiança. Quando se fala em confiança, deve-se levar em conta também se os novos substitutos são confiáveis.

A classe política hoje tem aquela velha tradição de colocar pessoas só pelo simples fato de ter sido companheiro em campanha política, pois conseguiu votos na legenda para eleger a coligação e aquele que não foi vitorioso é indicado para um cargo importante. Mas para se dirigir um cargo importante, o dirigente tem que ser também importante no bom sentido: preparado, conhecedor daquilo que vai fazer, pessoa ilibada.

Em 1999 entrou Bonelli, depois Frodoaldo e por último Valdir Cipriano Nascimento, sendo que o primeiro ficou um longo tempo e como os demais, saiu por problemas que não vale a pena relembrar. Vejam o papelão que eles fizeram ao requisitar a polícia federal para entrar nas terras dos proprietários da parte da Fazenda São Domingos na Picadinha, quando humilharam 56 (cinqüenta e seis) famílias, tendo como QG também a Prefeitura Municipal de Dourados, sob o comando da Comafro, via núcleo do negro na gestão 2005/2008, fato também já noticiado.

Se os produtores da Picadinha fossem depender desse órgão para produzir grãos, parte da população do nosso município estaria importando grãos de outras regiões e talvez de outros países, pois até hoje não sabemos qual é o seu papel de verdade: se é tirar terra de quem produz ou dar para aquele que não tem vocação para tal.

Então, o que peço como produtor rural e a bem dos demais produtores do nosso Estado, é respeito, apoio para que possamos melhorar a produção dos grãos e que se evite o retorno de pessoas que já estiveram no órgão e estão com ficha suja, foram demitidos e que não nomeie ninguém que já foi denunciado pelo desvio de verbas Deve-se verificar primeiramente se sua ficha é limpa, inclusive sua declaração de renda, porque muitos e entram com um patrimônio X, quando saem tornam-se Y.

Será que essas pessoas têm contato extraterrestre com o João Alves, o homem da loteria que ganhava sempre, mas era um dos anões do orçamento e agora não sabemos se está no purgatório ou inferno, porque no céu, São Pedro tinha já o avisado que não ia deixá-lo entrar.

Dourados-MS, 25 de fevereiro de 2011.

(*) José Tibiriçá Martins Ferreira é advogado e produtor rural em Dourados (MS).

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