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“Uma mentira cem vezes dita, torna-se verdade”

Por Ivo Campos (*) | 01/08/2011 11:40

Essa era a metodologia utilizada por Adolf Hitler na Alemanha Nazista. Para exercer forte controle sobre as instituições educacionais e os meios de comunicação o Chanceler Paul Joseph Goebbels, Ministro da Propaganda desse regime repetia tantas vezes uma mesma mentira que o povo passava a acreditar. Desta forma, governaram com “mãos de ferro” por mais de uma década e liquidaram da face da terra milhares de seres humanos. Adolf Hitler governou a Alemanha de 1933 a 1945.

Após algumas décadas do fim deste que é considerado um dos principais atentados contra a humanidade, o uso da retórica perversa volta à cena política, desta vez na cidade de Dourados. É claro que em outro contexto, mas o objetivo do discurso é o mesmo: criar uma verdade absoluta, ou seja, dizer que foi vítima de um golpe, ou de uma armação, como queiram.

O Jornal do SIMTED do dia 28 de setembro de 2010, em edição especial trazia a seguinte manchete: “A CASA CAIU!”. Dizia o jornal: “No dia 1º de setembro de 2010, raiava o Sol na cidade de Dourados quando dezenas de polícias federais começaram a cumprir os primeiros mandados de prisão, busca e apreensão em outras dezenas de residências do município.

Desta vez, as casas vistoriadas pelas autoridades não se tratavam de lares comuns e sim da casa do prefeito de Dourados, Ari Valdecir Artuzi, 11 vereadores e de vários outros servidores municipais e empresários da cidade. Tinha início o desfecho da Operação Uragano, realizada pela Polícia Federal com a colaboração do Jornalista e ex-secretário de Governo do próprio prefeito, Eleandro Passaia. Dourados já não seria mais a mesma”.

Passados poucos meses de tudo que aconteceu na política e na administração de Dourados, os mesmos personagens flagrados ao receber dinheiro, e que tudo indica, eram de desvio de recursos públicos, percorrem normalmente os bairros populares da cidade, se posando de inocentes, coitadinhos e “vendendo” a imagem de que tudo não passou de um golpe, de armação. Isso se torna preocupante, na medida em que, temos a impressão que a sociedade encara esse fato com a maior naturalidade.

Não desejamos que os mesmos políticos, que transformaram a cidade num verdadeiro caos retornem ao poder. Ademais, acreditamos ser importante evitar criar “palanques” para pessoas que deixaram a cidade completamente arrasada. A sociedade deveria deixá-los bem longe dos “holofotes”, pois, despeitaram a comunidade, não deram o devido valor à quantidade de votos recebidos. Tanto que em pouco tempo de mandato se sujaram na lama da corrupção, portanto, devem ser “sepultados” da política douradense.

Sonharmos em construir uma cidade, um estado e país decente, por isso, não devemos acreditar em versões de políticos aventureiros, que tentam a qualquer custo ressuscitarem para a política. Para quem já foi desmascarado num passado bem recente, é muita “cara de pau” se posar de vítimas, sobretudo, depois de todas as imagens estampadas várias vezes na televisão recebendo dinheiro. Acreditamos, entretanto, que a justiça tem motivos de sobra para evitar outra catástrofe daquela que ocorreu no ano de 2010 em nosso município. Que a justiça seja feita.

(*)Ivo Campos é professor da Rede Municipal de Ensino de Dourados (MS).

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