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Cidades

Avanço da construção abre cratera no Parque do Prosa

Redação | 03/03/2010 11:12

Com seis metros de profundidade e 50 metros de extensão, uma cratera no interior do Parque Estadual do Prosa, que engloba o Parque dos Poderes, no fim da Avenida do Poeta, é mais um grande exemplo do resultado desastroso do avanço da construção civil, que impermeabiliza o solo e direciona a água da chuva para os córregos.

Cercada por residenciais, que reflete o fato do entorno do Parque dos Poderes ter se tornado a "menina dos olhos" do mercado imobiliário, a mata oculta a nascente do córrego Joaquim Português.

Com 1 km de extensão, o curso de água foi assoreado pela areia que vem junto com a água pluvial, tanto da proveniente dos imóveis que abundam na região quanto da rua. O fluxo ainda é reforçado pela água que vem de uma lagoa artificial, formada pela retirada de terra, que se localiza do outro lado da avenida.

A força da enxurrada provoca problemas em cadeia: arrasta a vegetação, provoca erosão, assoreia o córrego, que junto com o Desbarrancado forma o Córrego Prosa, e resulta no assoreamento do lago do Parque das Nações Indígenas. No último sábado, o campo-grandense foi surpreendido pela enchente do córrego Prosa, que arrasou a região Leste da Capital.

Próximo à cratera, o gestor do Parque Estadual do Prosa, o biólogo Pedro José de Menezes Macedo, explica que o sistema está subdimensionado e a solução do problema depende de obras.

De acordo com ele, seria preciso redirecionar o fluxo da água da chuva. Ou seja, em vez de cair no córrego Joaquim Português, a água pluvial deveria ser direcionada para a lagoa artificial.

Ele explica que na troca da vegetação por imóveis, o solo perdeu permeabilidade. Desta forma, a água não chega mais ao lençol freático, onde era, gradativamente, distribuída. "Diante do benefício, o custo da obra é irrisório", defende.

Segundo o gerente da unidade de conservação do Imasul (Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul), Leonardo Tostes Palma, por enquanto só estão asseguradas ações para desassorear o córrego Joaquim Português, mas também acredita que a solução seria a inversão do fluxo da água.

O mesmo ponto já cedeu devido à erosão há quatro anos. Lentamente, a vegetação foi se restabelecendo, mas é incapaz de resistir à tamanha quantidade de água.

Com licença

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