ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no Twitter Campo Grande News no Instagram
ABRIL, SEXTA  26    CAMPO GRANDE 33º

Capital

Agências de propaganda buscam liminar para derrubar Lei da Pornografia

Jorge Almoas | 15/12/2010 16:00

Legislação foi aprovada em março e veta conteúdo de cunho sexual

Outdoor na Rua Joaquim Murtinho foi coberto por não respeitar Lei da Pornografia (Foto: Danúbia Burema/arquivo)
Outdoor na Rua Joaquim Murtinho foi coberto por não respeitar Lei da Pornografia (Foto: Danúbia Burema/arquivo)

O Sinapro/MS (Sindicato das Agências de Propaganda do MS) entrou com pedido de liminar no TJ/MS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul) solicitando abertura de Ação Direta de Inconstitucionalidade para a Lei da Pornografia, aprovada em março deste ano.

A entidade que representa as agências de publicidade considera que a lei limita o pensamento criativo e as possibilidades comerciais a favor de um falso moralismo.

“Isso vai derrubar uma idéia retrógrada e que serve para envergonhar e caracterizar os habitantes de Campo Grande como radicais e atrasados em relação aos avanços comportamentais”, afirmou Henrique de Medeiros, presidente do Sinapro.

Henrique complementa. “Esta lei é arbitrária, causando danos a clientes e agências de publicidade, fere toda e qualquer liberdade de expressão”, disse o presidente, garantindo que vai “até o fim contra essa arbitrariedade”.

Nesta semana, o desembargador Rêmulo Letteriello intimou Nelson Trad Filho, prefeito de Campo Grande, e Paulo Siufi, vereador e presidente da Câmara Municipal de Campo Grande, para que se manifestem sobre a liminar pedida pelas agências de propaganda. O parlamentar foi o principal defensor da Lei da Pornografia, que o prefeito aprovou a legislação

De acordo com o sindicato das agências, a Lei Complementar n° 154 veta qualquer expressão que seja considerada pornográfica, o que dá margem a interpretações abusivas e comportamentos fascistas sobre ações comerciais e publicitárias.

Segundo Henrique, o Brasil já dispõe do Conar (Conselho de Autorregulamentação Publicitária), que delibera sobre os casos de abusos em peças de propaganda, o que tira o efeito da lei de Campo Grande.

O advogado que representa o sindicato das agências de publicidade, Thiago Nascimento Lima, afirma que o texto da lei da Pornografia é abstrato, não parece espelhar qualquer interesse público e limita a livre iniciativa.

“A medida substancia a intromissão do Estado na iniciativa particular. Isso prejudica a proposta de trabalhos que não são considerados pornográficos, mas ficam sujeitos à interpretação dos ‘moralistas de plantão’”, diz a nota do Sinapro/MS.

Por conta da aprovação da Lei da Pornografia, outdoors em Campo Grande foram cobertos com faixas brancas, com a frase “O conteúdo foi vetado pela Lei Complementar n° 154”.

No entendimento do sindicato das agências, a lei municipal afronta diretamente os princípios presentes na Constituição Federal sobre a liberdade de iniciativa, liberdade de concorrência, da busca do pleno emprego e da valorização do trabalho humano.

Outros aspectos dão conta que a lei viola artigos da Constituição Estadual e versa sobre assuntos fora de sua competência.

Nos siga no Google Notícias