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Capital

Catadores optam por cooperativa e rejeitam salário de até R$ 1,2 mil

Paula Vitorino | 19/11/2012 13:16
Serviço de coleta e destinação do lixo muda de comando na quarta-feira. (Foto: Arquivo)
Serviço de coleta e destinação do lixo muda de comando na quarta-feira. (Foto: Arquivo)

Como parte da primeira etapa da transição dos serviços de lixo de Campo Grande, cerca de 290 trabalhadores que se identificaram como catadores de recicláveis foram cadastrados pela nova empresa responsável pelo serviço, Solurb Soluções Ambientais. Desses, a maioria não manifestou interesse por trabalho com carteira assinada, com remuneração de até R$ 1,2 mil, e irão esperar para integrar cooperativa de reciclagem.

A partir de quarta-feira (21), a Solurb começa a operar todos os serviços relacionados ao lixo na Capital. Entre hoje e amanhã, os catadores cadastrados recebem as credenciais para poder entrar no atual lixão, que será desativado na primeira quinzena de dezembro.

Até a desativação total da área, os catadores terão que definir onde e como irão trabalhar. A Solurb afirma que ofereceu e ainda está a disposição dos trabalhadores cerca de 150 vagas para varredores e coletores de lixo.

Entre salário e benefícios, o rendimento para coletor é de R$ 1.230 mil e para varredor é de R$ 1.020 mil, segundo a empresa. Mais cerca de 45 vagas na área foram ofertadas por outra empresa do setor.

No entanto, a Solurb afirma que a procura pelas vagas com carteira-assinada foi mínima. “As vagas foram ofertadas e ainda estão valendo, mas a procura dos trabalhadores do lixão foi quase nenhuma”, diz o superintendente Elcio Terra.

O representante dos catadores, Sérgio Rodrigues, confirma a posição dos profissionais, justificando que as vagas não são atrativas por conta do valor do salário.

Ele diz que o salário-base de um catador é de R$ 1.500 mil por mês, considerando que o fato de que o horário é flexível. No entanto, ele também pondera que as condições de trabalho são precárias, já que o trabalhador fica exposto ao sol, ao contato direto com o lixo e materiais contaminados.

“Vamos esperar para trabalhar na cooperativa, ver como vai ser. É provável que comece a funcionar mesmo só ano que vem, não sabemos como será, mas pelo menos é parecido com o que sempre fizemos”, diz.

Os trabalhadores que não optarem pelos empregos fixos poderão integrar a cooperativa de reciclagem. A Solurb garantiu a capacitação gratuita para os catadores trabalharem na cooperativa.

De acordo com Sérgio, os catadores já foram informados que poderão participar do treinamento, que será definido após o início dos trabalhos da empresa.

A freqüência do trabalho no local será avaliada pela empresa para definir quem é realmente catador e poderá participar da capacitação. De acordo com Sérgio, o número de cadastros teria sido em torno de 450, mas o número real de trabalhadores ficaria em torno de 200.

Como o trabalho será feito por meio de cooperativa, a renda mensal dos associados ainda é desconhecida. O local de trabalho, uma usina de reciclagem ao lado do novo aterro, não está pronto e os trabalhos serão feitos inicialmente em galpão improvisado.

Os serviços de varrição e coleta do lixo começam a partir do dia 21, quando também será inaugurado o aterro Dom Antônio Barbosa 2. No próximo ano deverá ser inaugurado o aterro Ereguaçu, em área a 4 km do atual lixão. O investimento inicial é de R$ 45 milhões.

O luco da empresa ao longo dos 25 anos é avaliado em mais de 1,3 bilhões de reais. O processo de instalação ainda é alvo de ações judiciais, que questionam o processo de licitação e o cumprimento de normas ambientais.

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