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Capital

Foco da defesa é em inocentar acusado de contratar pistoleiro

Fabiano Arruda e Nadyenka Castro | 24/02/2012 16:59
Advogado José Roberto Rodrigues da Rosa faz explanação na 2ª Vara do Tribunal do Júri nesta tarde. (Foto: João Garrigó)
Advogado José Roberto Rodrigues da Rosa faz explanação na 2ª Vara do Tribunal do Júri nesta tarde. (Foto: João Garrigó)

Durante explanação na 2ª Vara do Tribunal do Júri em Campo Grande nesta sexta-feira, o advogado José Roberto Rodrigues da Rosa defendeu que Valdemir Vansan, apontado como contratante da execução do então presidente da Câmara Municipal de Alcinópolis, Carlos Antônio da Costa Carneiro, morto em 26 de outubro de 2010, em Campo Grande, não tem ligação com o crime.

Foi o tom da defesa. Além de Vansan senta no banco dos réus hoje o pistoleiro Irineu Maciel, preso logo após o crime.

O advogado questionou o fato da acusação, feita pelo promotor Douglas dos Santos, ter explanado dez minutos sobre Valdemir e outros 50 sobre Irineu.

Para ele, Irineu matou, mas sem o mando e por vingança. Rosa ainda pediu que os jurados não olhem os réus com ódio.

"É preciso enxergar estes homens como pessoas que merecem atenção redobrada porque o que está em jogo hoje é a liberdade deles", discursou.

Conforme a defesa, Valdemir é inocente. "Não existe uma prova, uma circunstância, que alguém viu este homem (aponta para o Valdemir) em contato com Alcinópolis", discursou.

Rosa ainda utilizou o acidente com a viatura da Polícia Civil, um dia após o crime, que levava os dois réus. “Será que o acidente foi fatalidade?”, indagou sobre a capotagem do veículo ocorrida no cruzamento das avenidas Afonso Pena e Ernesto Geisel.

“Será que não foi para encobertar”, prosseguiu, mencionando que Irineu e Valdemir sofreram ferimentos e sinalizou que o acidente poderia ter ocorrido para “encobertar” as denúncias de tortura feitas pelos réus.

O advogado ainda considerou que o julgamento “vale” a prefeitura de Alcinópolis e que o caso não é simples.

Sobre a hipótese da ação contra o prefeito afastado de Alcinopolis, Manoel Nunes da Silva (PR), que tramita no TJMS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul), em que ele é acusado de ser o mandante do assassinato, poder ser suspensa caso júri entenda que o crime não teve mando, a defesa sinalizou que a acusação joga aos jurados responsabilidades da Polícia e da Justiça em provar quem é o culpado.

"Não é bem assim. Quem tem que investigar são as autoridades", defendeu.

O advogado, que se definiu leal ao processo, afirmou que, embora seja reconhecido nesta sexta que Irineu atuou a mando no crime, por outro lado, não há prova contra Valdemir.

Ao longo do processo foi oferecido ao pistoleiro o benefício da delação premiada para que ele apontasse quem era o mandante do assassinato, o que foi negado pelo autor. “Ou ele é louco ou não há mandante”, discursou Rosa.

A acusação ainda fará a réplica e, provavelmente haverá tréplica depois. Em seguida os jurados se reúnem e definem a sentença.

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