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Capital

Maternidade da Capital proíbe partos em quartos e reacende polêmica

Aliny Mary Dias | 16/08/2014 08:52
Maternidade confirmou proibição e justifica limitações de estrutura (Foto: Arquivo)
Maternidade confirmou proibição e justifica limitações de estrutura (Foto: Arquivo)

Desejo de muitas gestantes que querem dar à luz da maneira mais natural possível, os partos humanizados em quartos da Maternidade Cândido Mariano sofreram restrição. Nesta semana, um comunicado da direção da unidade foi emitido aos médicos informando que os profissionais não poderão mais acompanhar os partos em apartamentos ou quartos da instituição.

A administração da maternidade confirmou à reportagem a proibição e garantiu que a decisão foi tomada porque a unidade não tem estrutura para que os médicos acompanhem os partos nos quartos. Conforme a diretoria, além do centro obstétrico, existem quatro salas de PPP (Pré-parto, parto e puerpério), usadas nos partos humanizados.

Para a doula, profissional que acompanha as gestantes no processo de parto, Tatiana Marinho, não há motivo para a proibição por parte da maternidade. “Quando é para dar alguma coisa errada, isso acontece no processo, antes de o bebê nascer. Lá as mulheres estão dentro do hospital”, explica.

Tatiana explica ainda que as quatro salas de PPP, destinadas aos partos naturais, não funcionam corretamente. “Cada sala deveria ter um banheiro individual, mas lá tem dois para as quatro salas. Não temos como fazer o parto na água porque na sala não cabe a banheira e não conseguimos encher”.

Em razão dessas dificuldades, muitas gestantes têm solicitado o parto no quarto porque conseguem desenvolver o processo da forma que são orientadas pelas doulas desde o início da gestação. “Essa proibição é mais uma privação de liberdade”, ressalta Tatiana.

O presidente da Sociedade de Ginecologia Obstetrícia, Paulo Ito, por outro lado, ressalta as limitações estruturais da Maternidade Cândido Mariano, que recebe diariamente gestantes de outras cidades do Estado além da Capital, para justificar a decisão da direção.

“Não tem como disponibilizar um quarto porque precisa ter uma assistência, não é só o obstetra, é uma equipe que envolve a enfermagem e a limpeza. O parto é da mãe, mas precisa ter uma assistência ao recém-nascido”, diz.

Ito lembra ainda da existência das quatro salas PPP, que são destinadas para o parto humanizado. “A escolha é da instituição, mas se tem o lugar para fazer, não vejo porque destinar outros locais”.

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