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Capital

Morta em colisão com bandidos teve sonho profético e deixa dois projetos

Luana Rodrigues | 23/11/2015 14:38
Sempre sorridente e batalhadora, Hediene tinha uma loja de utilidades e presentes. (Foto: Reprodução/ Facebook)
Sempre sorridente e batalhadora, Hediene tinha uma loja de utilidades e presentes. (Foto: Reprodução/ Facebook)

Batalhadora desde muito nova, Hediene Sousa Queiroz de Araújo, 26 anos, tinha mesmo o dom para o comércio, segundo a família. Sempre muito simpática e sorridente, ela havia montado o comércio no bairro Aero Rancho há cerca de 2 anos, e mesmo com o negócio dando certo, queria mesmo era voltar para o campo, onde cresceu.

"Comprar um pedacinho de terra era o maior sonho dela, tanto que ela sempre ia para o sítio do pai, em Terenos, e ele já tinha prometido que iria ajudar ela a comprar", conta a tia de Hediene, Doralice Marçal de Lima, 56 anos, com quem a moça já morou.

E é a tia que lembra do jeito carinhoso da mulher, que segundo ela, também era muito forte. "Há quatro meses ela ficou muito doente, por causa de um problema no intestino, ficou internada e me perguntou se ia morrer. Eu disse que não, mas ela me contou que teve um sonho com uma tia que já morreu, que a tia dizia que em breve elas estariam bem pertinho uma da outra", disse.

Doralice conta ainda, que para se recuperar do problema de saúde, Hediene havia feito uma promessa, a de que voltaria a frequentar a igreja e se entregaria por completo a Deus. "Ela cumpriu, mudou até o jeito de se vestir, ia mais na igreja, estava mais próxima de Deus", relata emocionada a tia.

No velório, o marido de Hediene estava muito abalado e com lágrimas nos olhos, nem conseguiu falar sobre a esposa. Mas o pai dele, o tratorista Enésio Pereira, 49, contou dois outros sonhos da nora: o de terminar de pagar a própria casa e ainda de fazer uma festa de 15 anos para a filha do casal, que está com 10 anos de idade. "Ela trabalhava muito e como engravidou nova, tinha os filhos como se fosse a vida dela, por isso eles sempre estavam com ela, até no trabalho", disse o sogro.

O outro filho de Hediene, de 6 anos, está no hospital e iria passar por um procedimento cirúrgico na manhã de hoje, mas não corre risco de morte, segundo a família.

Sobre o acidente, causado por bandidos, enquanto policiais militares faziam o que chamam de acompanhamento tático para tentar recuperar a caminhonete, os familiares parecem ainda nem assimilar o que houve, e se veem sem saber de quem cobrar.

"Não queríamos acreditar na hora, por que ela não merecia isso, e estava há três quadras de casa. Foi uma total imprudência, mas vamos cobrar de quem agora? É nessas horas que a gente vê o quanto o ser humano não ter amor pelo próximo...", relatou a tia.

O velório de Hediene ocorreu na Pax Mudial, Avenida Ernesto Geisel frente ao Horto. O sepultamento foi no Cemitério Paque das Oliveiras.

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