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Capital

Olarte diz que debate sobre reajuste dos professores tem cunho político

Flávia Lima | 12/01/2015 14:43
Prefeito Gilmar Olarte não quer polemizar a questão do reajuste dos professores. (Foto:Marcos Ermínio)
Prefeito Gilmar Olarte não quer polemizar a questão do reajuste dos professores. (Foto:Marcos Ermínio)

O prefeito de Campo Grande, Gilmar Olarte, disse na manhã de hoje, durante visita a unidades de saúde da Capital, que a discussão em torno do reajuste de 13% para os professores da rede pública, tem cunho político. “Acredito que seja uma precipitação muito grande nesse momento fazer qualquer tipo de julgamento. Vou aguardar a hora certa para falar sobre essa questão. Quem está explorando esse assunto tem interesse político. Deixem o prefeito trabalhar”, declarou.

Desde que o novo piso da categoria foi definido pelo governo federal, passando de R$ 1.697,39 para R$ 1.917,78, o assunto se transformou em polêmica, já que tanto o prefeito Gilmar Olarte (PP) quanto o governador Reinaldo Azambuja (PSDB), ressaltaram, na semana passada, que precisam fazer estudos com suas equipes para ver a possibilidade de aplicar o aumento, previsto já para o próximo mês.

Em Campo Grande, a categoria chegou a entrar em greve em novembro por dez dias para garantir o pagamento de 100% do piso nacional, que na época era R$ R$ 1.697,39. Os professores conseguiram um reajuste de 8,46%, divididos em quatro parcelas: em dezembro foi pago 1%, seguido de valores de 2,70%, 3% e 1,66% até o mês de março. Geraldo disse que na época do fechamento do acordo, já prevendo reajuste federal, ficou acertado com o prefeito Gilmar Olarte que esse novo percentual seria pago a partir de maio, mês da data-base da categoria.

Independente do parcelamento do último reajuste, o prefeito garantiu que a secretária de Educação de Campo Grande, Angela Maria de Brito, está encaminhando o assunto do novo piso no sentido de resolver a questão em maio, data-base das negociações salariais da categoria. Caso seja concedido, o reajuste teria um impacto de pelo menos R$ 8 milhões na folha de pagamento do funcionalismo municipal, que conta com 5,5 mil servidores.

O presidente da ACP (Sindicato Campo-Grandense dos Profissionais da Educação Pública), Geraldo Gonçalves, afiormou que os representantes da categoria no município não pretendem chamar o prefeito neste momento para discutir o reajuste. “Nossa preocupação é com o Estado, que já fechou a folha de pagamento e não previu o aumento para fevereiro, sendo que a data-base deles é agora”, destacou.

Ele ressalta que a categoria não está apreensiva e acredita que uma conversa com a administração municipal neste momento é desnecessário. “Não vamos discutir oficialmente isso para não antecipar a discussão. Vamos mostrar os motivos pelos quais pedimos a equiparação ao piso nacional na época certa”, diz.

Já o presidente da Fetems (Federação dos Trabalhadores em Educação de Mato Grosso do Sul), Roberto Magno Botarelli Cesar, revela que aguarda uma reunião ainda esta semana para discutir o aumento de 25,42% que deveria entrar em vigor já este mês. O percentual foi definido na gestão passada e a lei sancionada pelo ex-governador André Puccinelli (PMDB) em 2013. O valor é superior ao do piso nacional, que é de 13% e acarretará um impacto na ordem de R$ 12 milhões na folha dos 20 mil docentes do estado. O valor subirá de R$ 48 milhões para R$ 60 milhões.

Caso o professor tenha ensino superior, ainda há um acréscimo que varia de 50% a 65%, dependendo do nível de especialização do profissional.

Azambuja já havia declarado que precisaria se reunir com técnicos da Sefaz (Secretaria de Fazenda) para analisar a possibilidade de cumprir com o reajuste sancionado por Puccinelli.

Botarelli afirmou que conversou com o secretário de Fazenda, Marcio Monteiro e obteve seu apoio quanto a reivindicação. “Não vamos abrir mão desse reajuste porque os professores batalharam muito por isso. Foi uma luta muito grande. Quem herda a viúva precisa cuidar dela”, concluiu.

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