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Capital

Quanto mais rede de esgoto a cidade tem, menos doente ela fica

Em dez anos, média de internações caiu de 157,3 para cada 100 mil habitantes a 22,2, enquanto a rede de esgoto chegou a 85% da cidade

Fernanda Yafusso | 22/03/2016 08:39
Obras de implantação de rede de esgoto em Campo Grande (Foto: Divulgação / Águas Guariroba)
Obras de implantação de rede de esgoto em Campo Grande (Foto: Divulgação / Águas Guariroba)
Kamilo Reis explica que o número de internações da população reduziu conforme houve ampliação em rede de esgoto na cidade (Foto Alan Nantes)
Kamilo Reis explica que o número de internações da população reduziu conforme houve ampliação em rede de esgoto na cidade (Foto Alan Nantes)

Que mais de 60% do corpo humano é água não chega a ser novidade. Mas, a diferença que o tratamento adequado dado a ela, antes e depois do uso, faz toda a diferença, é algo que Campo Grande vem conhecendo de forma efetiva só recentemente: em dez anos, o avanço da rede de esgoto na cidade fez desabar o número de internações hospitalares relacionadas à falta de saneamento básico.

Atualmente, 85% da rede coletora e de tratamento de esgoto está implantada e funcionando, de acordo com a Águas Guariroba, concessionária do setor. O objetivo é de que até 2025 o atendimento à população chegue em sua totalidade, por meio do programa Sanear Morena, lançado em 2006. 

Segundo o gerente de engenharia da Águas Guariroba, Kamilo Reis, em 2003, ou seja, antes do início do programa, a taxa de internações para cada 100 mil habitantes, era de 157 e esses números caíram para 22,2 em 2013, após a implantação do programa.

"À medida em que realizamos a ampliação da rede de tratamento e coleta de esgoto, houve uma redução no número de internações por questões diarreicas ou doenças relacionadas aos problemas hídricos. Ao expandir o sistema oferecemos uma qualidade de vida para a população", diz.

Kamilo ainda explica que em 2003 apenas 47 mil imóveis eram atendidos pela rede de esgoto. Em 2014 este total subiu para 224.948.

Em Campo Grande, todo o esgoto coletado pela concessionária é tratado e o sistema de coleta de esgoto segue os padrões do modelo separador absoluto. Isto significa que existem canais de captação diferentes para águas pluviais e esgoto sanitário.

"É importante destacarmos que 100% do esgoto coletado é tratado. Não temos nenhum ponto de coleta de esgoto que não seja tratado. Atualmente, poucas cidades possuem essa totalidade no tratamento de esgoto, em Campo Grande temos esse diferencial. Basicamente cada morador tem um sistema onde a água da chuva é separada do esgoto, em cada domicílio existe uma ligação que conecta a rede e então ele vai para uma estação de tratamento, atualmente temos duas na cidade", disse Reis.

Programa Sanear Morena - No ano de início do programa de saneamento básico, anunciado como o maior da história da cidade, em 2006, a média de internações era de 86,8 e cerca de 63.683 domicílios eram atendidos pelo programa. Atualmente, o Sanear Morena está em sua terceira etapa, com previsão de conclusão em 2025.

Nas duas primeiras fases (2006 a 2013), pelos dados oficiais, foram investidos R$ 255 milhões na implantação de 839 quilômetros de redes coletoras de esgoto, 67 mil ligações domiciliares e duas novas estações de tratamento de esgoto, a ETE (Estação de Tratamento de Esgoto) Los Angeles e a ETE Imbirussu.

Já na terceira fase, que se iniciou em 2014 e será concluída em 2025, serão investidos R$ 636 milhões em obras de esgoto, beneficiando cerca de 240 mil pessoas de 418 bairros. Serão implantados 2 mil quilômetros de redes coletoras, 45 quilômetros de interceptores, 12.600 ligações domiciliares, construção de uma nova estação de tratamento de esgoto e a ampliação das duas já feitas.

A Águas também implantou o CCO (Centro de Controle Operacional), que monitora à distância e em tempo real os sistemas de abastecimento de água e esgotamento sanitário de Campo Grande. Pela central é possível ligar e desligar bombas, acompanhar variações como pressão e vazão, além de garantir a segurança operacional e patrimonial.

A água é o segunda substância mais importante para o ser humano, depois do oxigênio (Foto Alan Nantes)
A água é o segunda substância mais importante para o ser humano, depois do oxigênio (Foto Alan Nantes)
Concessionária realiza monitoramento do funcionamento do sistema de esgoto da cidade no CCO (Foto Alan Nantes)
Concessionária realiza monitoramento do funcionamento do sistema de esgoto da cidade no CCO (Foto Alan Nantes)

Atualmente, são realizados exames bacteriológicos e físico-químicos em amostras de água coletadas em vários pontos da cidade, pela concessionária. Esses exames são realizados para garantir a qualidade da água, de acordo com os parâmetros exigidos pela Portaria 2.914/11 do Ministério da Saúde.

Consumo - De acordo com a nutricionista Mariana Corrandi, o corpo humano é constituído por mais de 60% de água, o que faz dela um nutriente indispensável para a saúde. E a recomendação é que seja ingerido de forma adequada, um total de 3,7 litros para homens e 2,7 litros para mulheres por dia, dentro da faixa etária de 19-70 anos.

Além disso, todo o funcionamento do organismo depende da água. Além de distribuir os nutrientes pelos diferentes órgãos do corpo, a água ajuda a regular a temperatura do corpo, eliminar as toxinas através da urina e da transpiração.

"A maioria das pessoas não associam água com uma boa alimentação, mas esta é, depois do oxigênio, a substância mais importante para a manutenção da vida", diz a nutricionista.

Mariana também explica que quando há pouca água no corpo, o organismo sofre prejuízos. E faz recomendações sobre a ingestão da água. "O organismo não tem a capacidade de armazenar água. A sensação de sede é o aviso de que o corpo esta pedindo para ser hidratado. É importante estar sempre repondo o estoque, antes de sentir sede", conta.

Recomendações - Existem bons motivos para bebermos água, entre eles estão a questão da digestão, onde após a ingestão da água forma-se o suco gástrico e a saliva que auxiliam na digestão. E também, a ingestão adequada de água favorece a absorção dos nutrientes necessários ao equilíbrio da pele e garante a sua hidratação.

Além disso, a água trabalha junto com as fibras estimulando o trânsito intestinal e eliminando as toxinas do organismo impedindo que o seu acúmulo seja refletido na pele.

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