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Capital

Saudosismo marca entrega da última obra do PAC 1 em Campo Grande

Marta Ferreira e Wendell Reis | 17/12/2011 12:51

Parque Linear Lagoa, que teve investimentos de R$ 55 milhões, foi entregue esta manhã, com homenagem ao ex-prefeito Lúdio Coelho

Prefeito e governador entregam obra que homanegeia Lúdio Coelho, acompanhado da família do ex-prefeito, falecido este ano. (Foto: João Garrigó)
Prefeito e governador entregam obra que homanegeia Lúdio Coelho, acompanhado da família do ex-prefeito, falecido este ano. (Foto: João Garrigó)

Saudosismo foi o sentimento que dominou a entrega aos moradores, esta manhã, do Parque Linear Lagoa, obra que conclui, em Campo Grande, os emprendimentos da primeira fase do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), lançado no governo Lula. O investimento foi de R$ 55 milhões, para intervenções que incluiem uma avenida ligando o macroanel das saídas de Sidrolândia e São Paulo à avenida Duque Caxias, criando uma via rápida de 10 km para moradores de mais de 30 bairros.

A via ganhou, em seu maior trecho, o nome do ex-prefeito Lúdio Martins Coelho, falecido este ano, aos 88 anos, o que explica o clima de saudosismo imprimido pelas autoridades.

Para os moradores, foi dia de comemorar. “Nós sabíamos que haveria uma rua aqui, mas não imaginávamos que seria tudo isso”, resumiu o morador Moacir Duin, um dos muitos que foi ao local assistir a entrega da obra. Ele vive há 20 anos ali.

“Está maravilhoso”, elogiou Terezinha Pereira Leite, moradora há19 anos na região.

Misturados a centenas de moradores, eles ouviram das autoridades diversas citações a Lúdio Coelho, o homem que governou Campo Grande por duas vezes e que teve administrações bem avaliadas.

Lembranças- Com o olho marejado, o governador André Puccinelli (PMDB) fez um relato de seu início na política, citando como pessoas importantes personagens já falecidos, entre eles o ex-deputado federal Nelson Trad, pai do prefeito, morto no dia 7 de dezembro, e ainda de Ramez Tebet, de Rachid Saldanha Derzi e de Lúdio Coelho. “São amigos e companheiros que já se foram e fizeram muito por nosso Estado e pela Capital”.

Sobre Lúdio, Puccinelli lembrou que foi indicado como prefeito pelo ex-governador Wilson Barbosa Martins, no período da redemocratização do País, após os anos de governo militar, e que na época houve contestação, apagada por um “grande governo” feito por Lúdio.

A prova disso, afirmou, é que, com eleições diretas, Lúdio foi eleito. “Foi reeleito, porque fez coisas pela cidade”, definiu.

Puccinelli lembrou de sua história política com o “Homem do Chapéu”, citando que não teve apoio dele no primeiro turno de sua primeira eleição para prefeito de Campo Grande. “Mas no segundo turno, ele foi fundamental”.

O governador, em sua fala, discorreu também sobre o crescimento de Campo Grande e urbanização da cidade. "Campo Grande será, daqui bem pouco tempo, a única capital sem favelas”, orgulhou-se.

O recado que deixou aos moradores foi o da importância de zelar pelo patrimônio entregue. Falou também da importância de ter memória sobre a história da cidade e seus personagens. Disse que torce para que, “daqui 200 anos”, as criancinhas sejam estimuladas a saber quem são as pessoas que dão nome ao lugar.

Como começou-O prefeito Nelson Trad Filho comentou que com essa obra, se encerram os investimentos do PAC lançado quando Lula era presidente, e Dilma Roussef a ministra responsável pela condução do projeto.

Ao citar a parceria com o Governo Federal, afirmou que quando o programa foi lançado, não havia investimentos para Mato Grosso do Sul. Então, segundo lembrou, ele e o governador foram até a presidente e reivindicaram recursos para projetos do Estado. Receberam prazo de 7 dias para encaminhar projetos e eles foram aprovados.

“Com essa obra terminam todas as obras lançadas no governo Lula”. Elas envolvem intervenções às margens do córrego Cabaça, do Segredo, do Imbiruçu e do Lagoa, a última entregue hoje.

Uma Campo Grande “bela, bonita e faceira” é o que prefeito disse que vai deixar para a cidade quando encerrar seu segundo mantado em 2011. Isso é resultado, segundo discursou, “da sequência do grupo político que deu certo”.

Ele também agradeceu ao apoio da bancada federal, representada nos discursos pele deputado federal Edson Girotto e pelo senador Waldemir Moka, ambos do PMDB.

Girotto, que era Secretário de Obras quando o PAC foi lançado, classificou como justa a homenagem a Lúdio Coelho e Dona Nilda, a viúva do ex-prefeito, “uma companheira de sempre”.

“Não tem capital tão bonita com essa, do mesmo porte”, definiu o deputado.

Nilda Coelho chora ao ouvir homenagens ao marido falecido este ano.
Nilda Coelho chora ao ouvir homenagens ao marido falecido este ano.

Moka também se mostrou nostálgico. Lembrou que começou como vereador em 1983 e que Lúdio Coelho era prefeito. Com a morte dele, de Ramez e de Nelson Trad, afirma ter pedido referências.

“Fica Simone [Tebet, vice-governadora] como herdeira do Ramez e os herdeiros do Trad, Nelsinho, Marquinhos e Fábio”

Para o senador, a obra entregue representa estilo de Lúdio Coelho, “que gostava de emprenendimentos que beneficiam a população”.

Dona Nilda assistiu a todas as homenagens sentada e por vezes teve de usar um lenço para secar as lágrimas. Na hora da manifestação da família, a palavra coube a Edmar Neto, ex-vereador de Campo Grande, sobrinho de Lúdio Coelho.

Ao agradecer a homenagem, Edmar disse que a Campo Grande de hoje tem muito a ver com o que Lúdio fez como prefeito. Segundo ele, foi o tio quem saneou as finanças da Capital, dando condições a ela de fazer os investimentos que tem feito ao longo dos últimos anos.

“Hoje se faz reconhecimento desse grande homem público e grande ser humano”, concluiu.

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