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Capital

Seis travestis já foram assassinadas neste ano em Campo Grande

Viviane Oliveira | 28/11/2015 09:07
O assassinato de Ágata Renata foi um dos crimes que mais chocou pela brutalidade. O corpo dela foi encontrada em um córrego, entre os bairros Zé Pereira e Vila Almeida.
(Foto: Marcos Ermínio)
O assassinato de Ágata Renata foi um dos crimes que mais chocou pela brutalidade. O corpo dela foi encontrada em um córrego, entre os bairros Zé Pereira e Vila Almeida. (Foto: Marcos Ermínio)
No dia 22 de março, Adriana foi morta com dois tiros ao tentar defender uma mulher. (Foto: arquivo/Campo Grande News)
No dia 22 de março, Adriana foi morta com dois tiros ao tentar defender uma mulher. (Foto: arquivo/Campo Grande News)

Pelo menos seis travestis foram mortas de janeiro até agora no Estado, de acordo com Cris Stefanny, atual presidente da ATMS (Associação das Travestis e Transexuais de Mato Grosso do Sul) e coordenadora de Políticas Públicas LGBT(Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transgêneros) de Campo Grande. Além disso, há centenas de agressão física contra essa população que muitas vezes não são notificados.

Um dos casos mais recentes foi de Leonardo Marcosiano Shavetock, 21 anos, travesti conhecida como Penélope. Ela foi morta com pelo menos 15 facadas na Rua Ucy Nagamine, esquina com Euvira Matos de Oliveira, no Bairro Universitário. O homicídio ocorreu na noite da última quarta-feira (25). Segundo a polícia, há indícios de que a vítima tenha sido morta por um grupo de travestis e o motivo seria briga por ponto de prostituição.

Cris Stefanny diz que apesar de lastimável, o número de mortes envolvendo travestis é pequeno se comparado com a vulnerabilidade, exclusão e opressão sofrida pela maioria delas, população estigmatizada pela sociedade. Muitas delas vão para as ruas ou se envolvem com drogas como meio de sobrevivência ou fuga contra o preconceito.

Conforme a presidente, a questão da inserção de travestis no mercado de trabalho já deu um passo positivo, mas ainda não é uma realidade que se reflete nas grandes empresas. “Hoje ainda não há uma quantidade significativa de travestis nas salas de aula e com emprego fixo”, destaca.

Casos - No dia 10 de julho, Renato Souza dos Santos, 34 anos, conhecida por Bruna Tora, foi assassinado com sete facadas, na Vila Progresso. Ela chegou a ser socorrida, mas morreu na Santa Casa. Conforme a polícia, o crime foi por disputa de ponto.

No dia 27 de fevereiro, Robson Elias, 23 anos, travesti que era conhecida como Ágata Renata, foi estrupada, espancada e jogada no córrego, entre os bairros Zé Pereira e Vila Almeida. O assassinato da jovem foi um dos crimes que mais chocou pela brutalidade. Dezessete dias depois, Adriano Penosa, 24 anos, conhecida como Adriana, foi morta com dois tiros no Bairro Morada Verde, depois de interferir em uma briga de casal.

Em Dourados, no mês de julho, Israel Pereira Alcântara, 25 anos, travesti conhecida como Érica foi assassinada com três tiros. Na mesma cidade, no final de junho, uma travesti de 19 anos também foi morta com tiro no peito na na Rua Joaquim Teixeira Alves, esquina com a Aquidauana. A vítima, Sidney Araújo Claudino chegou a ser levada para o hospital, mas morreu. O acusado de ter cometido o crime foi preso em flagrante.

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